Claudio Fernandes, da Tribuna da Imprensa
A bomba que explodiu em Brasília nesta quarta-feira segue tendo consequências. No mesmo dia em que o funcionário Alexandre Gomes Machado, do TSE, foi exonerado minutos após denunciar falhas nas inserções de rádio, o presidente do órgão, Alexandre de Moraes, indeferiu o pedido de investigação da denúncia. Ao saber da decisão, Jair Bolsonaro, disparou contra o juiz em entrevista coletiva.
“Isso não é uma forma de fazer política. Tudo isso temos notado não é de agora. Em certos locais que achava que ia bem, mas vimos que perdemos. Certamente as inserções de rádios fizeram a diferença. Não existe outro fator que a gente possa levar em conta neste momento. O presidente do TSE recebeu as provas no tempo hábil que nos cobrou. Nos surpreende o Moraes inverter o processo. De falar que gastamos o dinheiro do fundo partidário com empresas para fazer auditoria. No que depender de mim será contratada a terceira auditoria para verificar se as inserções foram potencializadas para o outro lado. Isso desequilibra o processo democrático. Da nossa parte, nós iremos às últimas consequências, dentro das quatro linhas da Constituição, para fazer valer o que as nossas auditorias constataram”, afirmou o presidente.
DECISÃO DE MORAES
No despacho de 13 páginas, Alexandre de Moraes desqualificou sumariamente as provas apresentadas pela campanha de Bolsonaro. Classificou o documento como “genérico”, disse que o mesmo não apresentava “qualquer comprovação” e que que o levantamento da Audiency Brasil Tecnologia utilizou uma metodologia falha, “que não oferece as condições necessárias de segurança para as conclusões apontadas pelos autores”.
O presidente também comentou a demissão do servidor do TSE. O órgão mentiu pela manhã ao soltar uma nota informando que a decisão era “de rotina”. Mais tarde, informou que exonerou Machado por conta de assédio moral. Horas antes, em depoimento à Polícia Federal, o funcionário disse que resolvera depor por acreditar que o TSE atentaria contra sua reputação e porque temia até por sua integridade física.
“O servidor foi sumariamente demitido. Ele era responsável por fazer a distribuição desses vídeos. Esse servidor nessa madrugada prestou depoimento a PF expondo seu ponto de vista e falando até que esse fato já havia acontecido há algum tempo. Repito, está comprovada a diferenciação e o tratamento ao outro candidato, que poderia ter participação dele em algum momento. Se o TSE não tinha nada a ver com isso, incompreensível a demissão do funcionário”, destacou.
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