Segundo a PF, haveria no celular de Cid indícios de que o ministro Alexandre Moraes estava sendo monitorado
O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, teria descumprido cláusulas do seu acordo de delação premiada, segundo avaliação da Polícia Federal (PF), que enviou um relatório ao Supremo Tribunal Federal (STF) fazendo ponderações sobre o assunto. Em caso de Cid transgressão do acordo, a tendência da Corte é rever os termos da delação, segundo o Poder 360.
No atendimento da Polícia Federal, o militar não teria fornecido informações sobre o plano para matar o presidente e o vice, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB); e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, no final de 2022.
Nesta terça-feira (19), agentes da Federal realizaram uma operação para a captura de integrantes de uma suposta organização criminosa responsável por planejar um golpe de Estado para impedir a posse do presidente petista. Cid é um dos pivôs da investigação.
Para decidir qual posição tomar, o STF primeiro fará uma consulta junto à Procuradoria Geral da República (PGR). A delação de Mauro Cid foi firmada com a PF, e, homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, em setembro de 2023.
No relatório enviado ao STF, a PF afirmou que, através dos dados armazenados no celular de Cid, teria verificado indícios de que Alexandre Moraes era alvo de monitoramento no pós-eleições de 2022. No documento, a Federal descreve conversas de Cid com outras pessoas a respeito do que seria a agenda e itinerário do magistrado.
No relatório, que serviu de base para a operação deflagrada, os policiais federais também descrevem um evento chamado “Copa 2022”, o qual teria sido foco de uma conversa entre Mauro Cid, o major Rafael de Oliveira e o tenente-coronel Ferreira Lima, na casa de general Walter Braga Netto. O “Copa 2022”, segundo as apurações, seria executado no dia 15 de dezembro de 2022, quando Moraes seria preso e executado.
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