O economista, após sabatina de quatro horas, também é aprovado pelo Senado para presidir a cadeira da presidência do BC a partir de 2025
Nesta terça-feira, 8 de outubro, o Senado Federal aprovou, por 66 votos favoráveis e cinco contra, o nome do economista Gabriel Galípolo, escolhido pelo presidente Lula (PT), para presidir o Banco Central. Mais cedo, Galípolo passou por uma sabatina de quatro horas diante da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, sendo aprovado por unanimidade com 26 votos a 0. Já a aprovação dele em Plenário foi a melhor dos últimos 22 anos.
Caberá a Gabriel assumir a cadeira de Roberto Campos Neto, que encerra o seu mandato no dia 31 de dezembro deste ano, e terá, a partir de 2025, um mandato de quatro anos à frente do BC. Ao ser questionado pelos senadores durante a sabatina, Galípolo demonstrou bastante segurança ao responder a diversos temas, como a independência em relação ao governo Lula, o combate à inflação e a relação com o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, entre outros.
Atual diretor de Política Monetária do Banco Central, Galípolo esteve, entre os anos de 2022 e 2023, nas equipes de campanha do então candidato ao Planalto, de transição de governo e do Ministério da Fazenda, chefiado por Fernando Haddad. Portanto, Galípolo substituirá uma gestão duramente criticada por Lula à frente do BC, em grande parte pelos movimentos na condução da taxa básica de juros, a Selic. Roberto Campos Neto, que foi escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2019, já foi classificado por Lula como um “adversário político”.
Um dos destaques da sua declaração aos senadores, foi quando Galípolo afirmou que Lula foi “enfático” a respeito de sua autonomia à frente da instituição em todas as oportunidades nas quais se reuniu com o petista. “Toda vez que me foi concedida a oportunidade de encontrar o presidente Lula, escutei de forma enfática e clara a garantia da liberdade na tomada de decisões e que o desempenho da função deve ser orientado exclusivamente pelo compromisso com o povo brasileiro. Cada ação e decisão deve unicamente ao interesse do bem-estar de cada brasileiro”, declarou.
Já sobre a inflação, ele afirmou que há “numerosos desafios” pela frente, como a “consolidação de uma agenda capaz de criar uma economia mais equânime e transparente, que envolve o compromisso permanente do BC” no combate à inflação.”
Por fim, ele elogiou o atual presidente do BC, afirmando não ter nenhum problema com ele, “Infelizmente, tenho uma informação chata para dar para todos: minha relação com o presidente é a melhor possível – com o presidente Lula e com o presidente Roberto. É a melhor possível. Sempre fui bem tratado pelos dois. Não consigo fazer qualquer queixa a nenhum deles”, disse.
Conheça Gabriel Galípolo
Gabriel Galípolo atuou na campanha de Lula à Presidência da República e na equipe de transição de governo e, no ano passado, foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda. Em julho, exerceu momentaneamente a Presidência do BC, nas férias de Roberto Campos Neto. É mestre em Economia Política pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), onde também é professor.
Também atua como professor do MBA de PPPs e Concessões da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, em parceria com a London School of Economics and Political Science. Em 2007, o economista foi chefe da Assessoria Econômica da Secretaria de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo. E, no ano seguinte, foi diretor da Unidade de Estruturação de Projetos da Secretaria de Economia e Planejamento do estado.
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