Semana ocorre entre os dias 21 e 28 de agosto e tem como tema ‘Vida Plena e Autônoma’
Entre os dias de 21 a 28 de agosto, será realizada a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, uma campanha anual desenvolvida pela Federação Nacional das Apaes (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), desde 1963. Neste ano, o tema a ser trabalhado será “Vida Plena e Autônoma”, que guiará palestras, eventos, cursos, atividades culturais e painéis por todo o Brasil, comandado pela Federação Nacional das Associações Pestalozzi – Fenapestalozzi.
A Semana foi instituída pela Lei número 13.585/2017, visando “o desenvolvimento de conteúdos para conscientizar a sociedade sobre as necessidades específicas de organização e de políticas públicas para promover a inclusão social desse segmento populacional e para combater o preconceito e a discriminação.” Para Danielle Damasceno, fonoaudióloga e fundadora da Clínica Na Mesma Roda, a semana deve ser um momento para que todos realmente entendam de que o “diferente” deve fazer parte da sociedade.
“Devemos aproveitar a data para falar não somente de inclusão, mas de como praticá-la. Não podemos mais tratar as pessoas que possuem algum tipo de deficiência como incapazes. Pelo contrário: todos devem aprender que conviver com o diferente pode proporcionar muitas possibilidades de entendimento da sociedade como um todo”, afirma.
A especialista atenta, ainda, para que as pessoas que foram diagnosticadas com algum tipo de deficiência intelectual e múltipla tenham acesso a terapias que possam ajudar na sua integração social, bem como no desenvolvimento de demais habilidades.
“Nesta semana, é importante ressaltar que todos que possuem algum tipo de deficiência tenham a atenção de profissionais capacitados que possam ajudar a desenvolver as atividades cotidianas de cada um, para que se tornem independentes e tenham uma vida plena e autônoma. De acordo com a necessidade, precisam de um acompanhamento para serem inseridas nos meios sociais por onde circulam”, explica ela, acrescentando que pode ser necessário integrar terapias como fonoaudiologia e psicomotricidade. “Tenho caso de crianças que necessitam de um trabalho fonoaudiológico para aumentar o seu repertório comunicativo para que, assim, consigam estabelecer relações de acordo com a sua comunicação. Conforme é ampliada a questão das habilidades cognitivas, também é ampliado o leque de pessoas com quem ela socializa”, observa Damasceno.
Já em casos de auxílio motor, é necessário buscar profissionais de educação física e fisioterapeuta para que possam direcionar quais são as atividades físicas e locomotoras que precisam ser desenvolvidas. “Tudo isso faz parte de uma forma de incentivar não somente a questão das habilidades sociais, mas de como podem ter uma maior independência nas suas habilidades de vida diárias. Para isso, também indico o apoio de um terapeuta educacional”, detalha Danielle, que também complementa ser importante ter o apoio de profissionais de musicoterapia e nutrição.
E, por fim, a fonoaudióloga acrescenta que é também necessário a intervenção de um profissional de saúde mental para que dê suporte não somente para o paciente em si, mas para toda a família. “É fundamental integrar o trabalho com todos os familiares, para que entendam a pessoa que tem essa deficiência e saibam conviver com suas limitações. A ideia é justamente trabalhar em conjunto, integrando família, escola e sociedade”, finaliza.