*Por Raquel Machado
Um dos grandes desafios de viver em sociedade é não saber dizer o famoso e desejável “não”. É porque ligamos muito pra opinião dos outros.
Não bastasse ligar, ainda conseguimos dar um hiperfoco para a opnião de parentes distantes e principalmente pessoas desconhecidas.
Quem nunca foi na praia e não tirou a canga porque sentiu o poder dos olhares lancinantes e ficou constrangida em meio aquele mar de juízes desconhecidos?
Parece bem mais ridículo quando esse parágrafo é lido em voz alta, inclusive, sugiro que faça isso.
Queremos ser admiradas, amadas e validadas a qualquer custo! Isso acontece porque houve falta lá atrás, enquanto criança. E assim presenciamos um exército de crianças feridas em corpos de adulto, que têm suas vozes sufocadas e vontades reprimidas em função dos caprichos de quem aprendeu a falar.
A Caixa
Essas meninas adultas pagam todo o preço para serem aceitas! Engolem todos os “nãos” que sabiam exatamente a hora de falar, duvidam do seu valor, questionam a própria índole e moral, acham que estão sempre errando em alguma coisa, sentem que não estão sendo boas o suficiente, se culpam por pensar em si mesmas, priorizam os outros e destroem os próprios sonhos. Só para caber na caixa ordinária de alguém.
Pagam muito caro para serem escravas do “sim”. Mesmo que a moeda de troca seja sua saúde mental, física ou financeira.
Tudo isso para parecer boas o suficiente, gentís o suficiente, altas o suficiente, importantes o suficiente, bonitas o suficiente, magras o suficiente… e a lista é muito longa pra um artigo só. Ter metas e propostas de melhora pessoal é importantíssimo, mas que sejam suas e não as dos outros.
E assim, com muita frequência, a bendita da auto intolerância dá as mãos pra autoestima baixa e se encontra pra um rolê com o desamor. E é na esquina da solidão que tudo capota e só sobram os restos do que poderia ter sido uma vida fantástica!
As pessoas vaõ falar mal de você.
As pessoas vão te julgar.
Vão te dizer o que tem que ser feito e como tem que ser feito e vão te fazer sentir mal por não ser uma extensão das próprias expectativas.
Então minha Poderosa, vai descobrir quem você é e vai viver a sua melhor versão sem a interferência do peso do julgamento de alguém!
As pessoas vão falar mal de você…
F… – se!
*Raquel Machado é psicanalista, mãe do Felipe e escritora nas horas vagas. Palestrante, M.A. em Neurociência, Analista Didata e uma entusiasta do comportamento humano.
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