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terça-feira, 5 nov, 2024

Saúde

Patrícia Zaidan: fisioterapia pélvica e sexualidade

Patrcia Zaidan

*Por Patrícia Zaidan

 

No artigo anterior foi abordado o que seria o assoalho pélvico e, relembrando, comentei que este seria um conjunto de estruturas que agem juntas para prover sustentação dos órgãos pélvicos, como por exemplo a bexiga, assim como também a continência de urina e de fezes, além de permitir o intercurso sexual e o parto.

Bem, agora nosso assunto será sobre algo que hoje vem sendo muito explorado nas redes sociais e que é de extrema importância: simmm, o intercurso sexual dito acima! Então, vamos lá, para iniciar vou colocar aqui pra vocês algumas questões que chegam frequentemente no meu consultório:

  1. Mulheres com dores e/ou ardência durante a relação sexual;
  2. Mulheres com pouca ou nenhuma lubrificação vaginal, gerando dor/incômodo durante a relação sexual;
  3. Mulheres com anorgasmia (ausência de orgasmo).

Patrícia Zaidan

 

Basicamente as três descrições acima são as que mais vejo no meu dia-a-dia, dentro do assunto relacionado à questão sexual. E aí? O que podemos fazer?

 

  • Primeiro, é necessário fazer uma consulta com um profissional especializado (fisioterapeuta pélvico), porque, numa avaliação bem minuciosa, ele pode verificar o que de fato está ocorrendo, o que pode ter ocasionado, identificar estruturas que estão afetadas e qual será a estratégia terapêutica a ser melhor utilizada para cada caso.
  • Segundo, a partir desse primeiro contato, orientar as mulheres sobre o que elas podem fazer sem a presença do profissional, ou seja, em casa, para poder juntamente com o tratamento feito em consultório, obter uma resposta mais eficiente e eficaz;
  • E terceiro, dar consciência da região pélvica para essas mulheres, através das técnicas fisioterapêuticas, o que permite significativamente uma mudança para melhor no que se refere à percepção da região, controle muscular, lubrificação e satisfação sexual.

 

Estas, vamos dizer, são as principais ações que podemos fazer na abordagem terapêutica a essas mulheres, que muitas das vezes sofrem CALADAS, com incômodos, dores, ardência e insatisfação sexual, obviamente, por todas estas questões relacionadas e outras mais. Por fim, termino fazendo as seguintes afirmações:

 

  • Sentir dor na relação sexual não é normal;
  • Existe tratamento para todas as questões abordadas aqui, portanto não faz sentido seguir a vida com estes desconfortos;
  • Fazer fisioterapia pélvica é necessário não somente para tratar, mas também para prevenir (o que seria perfeito);
  • Às vezes, fazer uma consulta/avaliação com um fisioterapeuta pélvico, mesmo não tendo nenhuma das questões citadas, vai abrir tanto os seus horizontes que com certeza já fará diferença na sua vida sexual;
  • Ter consciência da sua região íntima, se permitir, se cuidar, está diretamente relacionado à melhora da qualidade de vida e saúde da mulher!

 

*Doutora Patrícia Zaidan é graduada em Educação Física e em Fisioterapia – UNESA; Especializada em Fisioterapia Pélvica  – UGF;  Especialista em Saúde da Mulher- Abrafism; Mestre em Ciências do Exercício e do Esporte – UERJ; Doutora em Ciências do Exercício e do Esporte – UERJ; Coordenadora e Professora da Pós-graduação em Fisioterapia Pélvica – Estácio; Membro da International Continence Society– ICS; Membro do Grupo de Pesquisa CES – UERJ e co-autora do livro “Incontinência Urinária de Esforço Feminina”.

 

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