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quinta-feira, 6 fev, 2025

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Republicanos e de democratas travam disputa acirrada pelo Congresso nos EUA

 Independentemente de quem vença, Harris ou Trump, a composição do Capitólio ficará dividida, facilitando ou dificultando a vida política do novo líder

O resultado da eleição presidencial norte-americana terá um impacto importantíssimo na Câmara dos Deputados e no Senado. Independentemente de quem vença, Kamala Harris ou Donald Trump, a composição do Capitólio ficará dividida, facilitando ou dificultando a vida política do vencedor, até as próximas eleições para o Congresso em 2026.

Analistas ouvidos pela Reuters acreditam que os republicanos contam com uma boa chance de retomar o Senado, casa onde os democratas dominam com 51 cadeiras, contra 49 dos opositores. Eles apontam ainda que os republicanos podem perder a hegemonia na Câmara, espaço onde os democratas só precisam avançar quatro cadeiras para controlar a Casa, de 435 assentos.

O resultado no Congresso, assim como na eleição presidencial, será decidido por pequenas margens de diferenças entre os oponentes. No Senado, a batalha depende de sete disputas. Já na Câmara, menos de 40 disputas são consideradas realmente competitivas.

Segundo a Reuters, o eleitorado está dividido entre os Republicanos e Democratas, com uma pesquisa Reuters/Ipsos, de outubro, indicando 43% dos eleitores apoiando um candidato republicano em seu distrito, contra 43% apoiando um democrata.

No Senado, os democratas tentam manter o controle diante dos republicanos que só precisam conquistar duas cadeiras para tomar a Casa. A expectativa é de que isso ocorra com facilidade, com uma vitória na Virgínia Ocidental, onde o democrata Joe Manchin, que se tornou independente, está se aposentando. A vaga, segundo os analistas, pode ser conquistada pelo governador do Estado, Jim Justice.

Em Montana, os republicanos podem garantir maioria, já que o democrata Jon Tester enfrenta dificuldades para reeleição. Em Ohio, onde o democrata Sherrod Brown enfrenta uma disputa acirrada, os republicanos também têm chance de vencer.

Caso vençam as disputas em estados do Meio-Oeste, os republicanos podem ampliar a vantagem no Senado. O que permitiria a eles neutralizar iniciativas e nomeações de Kamala Harris, ou ajudar Trump a cumprir as promessas de cortes de impostos. Mas os analistas ouvidos pelo Reuters avaliam como improvável que os republicanos conquistem a maioria de 60 votos necessária para avançar a maior parte da legislação na Casa.

CÂMARA EM DISPUTA

A Câmara dos Deputados apresenta um cenário menos claro, onde os republicanos contam com 220 a 212 votos. A estreita margem pode, segundo os analistas, ser reduzida pelos democratas que têm chances de controlar da Câmara, sem os sinais de uma “onda” semelhante à de 2018 ou 2010. O que representaria uma mudança decisiva no poder.

Com cada partido com pelo menos 200 assentos, o lado vencedor terá uma maioria estreita, o que poderá dificultar o governo, como ocorreu nos últimos dois anos, quando brigas internas republicanas resultaram em votações fracassadas e turbulência na liderança, prejudicando o partido nas pautas de cortes de gastos e restrição da imigração.

As disputas acirradas em Nova York e Califórnia, Estados fortemente democratas, podem determinar o controle da Câmara. Os resultados, no entanto, podem demorar a serem conhecido graças à Califórnia, que pode levar dias para contar as cédulas. Há ainda a possibilidade de recontagens e segundos turnos de disputas, que podem levar semanas para serem resolvidos.

Duas disputas no 7º Distrito e no 2º Distrito da Virgínia podem dar uma indicação antecipada de como a batalha poderá se desenrolar. Se os republicanos vencerem no território, que concentra uma faixa dos subúrbios de Washington, pode sinalizar que o partido manteve seu apelo em áreas competitivas, apesar de entraves dos últimos dois anos. Se os democratas vencerem no 2º Distrito, centrado em Virginia Beach, podem sinalizar que o partido está pronto para ganhos significativos.
Já os eleitores de Delaware podem eleger o primeiro membro transgênero do Congresso, com a democrata Sarah McBride pronta para conquistar a única cadeira da Câmara do Estado, deixada pela colega de partido, Lisa Blunt Rochester, que concorre a uma vaga no Senado.
Se as democratas Blunt Rochester e Angela Alsobrooks vencerem na Câmara e no Senado, respectivamente, no Estado vizinho de Maryland, elas serão as duas primeiras mulheres negras a servir na Casa.