Segundo o IBGE, no 2º trimestre de 2024, o nível de ocupação das mulheres atingiu 48,1%, enquanto o de homens foi de 68,3%
O último censo demográfico, realizado em 2022, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que a população feminina é maioria em todas as regiões brasileiras, pela primeira vez em 50 anos. Segundo o IBGE, da população residente de 203.080.756, 104.548.325, ou 51,5% são mulheres e 98.532.431, 48,5% são homens. A diferença entre ambos resulta em um excedente de 6.015.894 mulheres, de acordo com o instituto.
Mesmo com o aumento da população feminina em todos os estados da federação, elas ainda são minoria no mercado de trabalho, de acordo com um novo levantamento divulgado, no mês de agosto. Segundo a entidade, no segundo trimestre de 2024, o nível de ocupação das mulheres atingiu 48,1%, diante dos 47,2 % do primeiro trimestre deste ano. O aumento representa um recorde da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD contínua), iniciada em 2012.
Ainda assim, os indicadores estão abaixo dos 50%, e 20% abaixo do índice de empregabilidade masculina, que bateu 68,3% no segundo trimestre deste ano. O IBGE considerou pessoas com 14 anos ou mais que estão inseridas no mercado de trabalho, diante do contingente total da mesma faixa etária, segundo o jornal O DIA.
Para a especialista em gestão de pessoas e CEO da YluminaRH, Ylana Miller, para equiparar a desigualdade entre homens e mulheres, as empresas devem incentivar a inclusão da força de trabalho feminina, especialmente nas áreas dominadas pelos homens, como engenharia e tecnologia, por exemplo.
“A presença feminina em alguns segmentos ainda é menor que a masculina, como nas áreas de engenharia, matemática e tecnologia. A realização de processos seletivos com vagas afirmativas para mulheres é uma das iniciativas que pode impactar a contratação de mulheres em cargos que ainda são percebidos como mais adequados ao gênero masculino”, comenta a especialista, acrescentando que, para atrair talentos e diversificar o ecossistema interno, as instituições podem adotar programas de sucessão e carga horária flexível.
“As empresas que favorecem a igualdade de gênero fomentam uma cultura inclusiva através da promoção de ações, desde a atração de talentos, até programas de sucessão, além de possibilitar carga horária flexível e conceder benefícios de forma que mulheres desempenhem seus diversos papéis na sociedade com produtividade. A diversidade contribui para o crescimento do negócio e empresa, gerando um ambiente com visões complementares, características e atitudes que podem promover uma cultura ainda mais inovadora”, observa a CEO.
Outras medidas recomendadas pela executiva são a elaboração e execução de políticas de igualdade de gênero, programas para o desenvolvimento de lideranças femininas, planos de carreira, entre outras ações.
“A inclusão de mulheres no mercado de trabalho é um tema que urge sair do discurso para a prática, dia após dia. É justo garantir a representatividade e direitos iguais a todos os colaboradores, demonstrando que se chega aonde quiser se tiver competência”, conclui Ylana Miller.
Patricia Lima