Hospital do Andaraí foi o primeiro a ser visitado pela nova gestão. Com capacidade para quase 450 leitos, a unidade está com andares inteiros fechados e sem cozinha há 15 anos
A Prefeitura do Rio deu início à primeira etapa do cronograma de recuperação dos hospitais do Andaraí (HFA) e Cardoso Fontes (HFCF), nesta segunda-feira (9). A primeira unidade a receber a visita das autoridades municiais foi o HFA, onde estiveram o prefeito Eduardo Paes, acompanhado do vice-prefeito eleito, Eduardo Cavaliere, e do secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.
Reeleito para o seu quarto mandato, Eduardo Paes destacou que a municipalização das unidades marca uma etapa importante para a saúde carioca. Paes destacou que pretende reabrir a emergência do Andaraí e fortalecer os setores de altas complexidades, inclusive a unidade de queimados, setor no qual o hospital sempre foi referência.
“Esse é um momento muito importante na saúde pública carioca, a municipalização dessas duas unidades. Estamos falando de quase 700 leitos novos sendo absorvidos pela rede municipal. Hoje, estamos assumindo o Andaraí e o Cardoso Fontes e esperamos que, daqui a um ano, aos poucos, vamos conseguir reabrir diversos leitos e setores fechados. Vamos reabrir a emergência, continuar com as altas complexidades e com a unidade de queimados, que é uma tradição do Andaraí. Enfim, botar essas duas unidades tão importantes para a cidade operando novamente”, comentou o chefe do Executivo municipal.
Segundo a Prefeitura, dos 700 leitos absorvidos, apenas 280 estão em operação: 169 no hospital do Andaraí e 111 no Cardoso Fontes. O que representa um entre os vários problemas graves encontrados pela nova administração.
“É uma loucura um hospital com capacidade para quase 450 leitos estar com andares inteiros fechados, sem cozinha há 15 anos e recebendo quentinha. Vamos melhorar, mas não tem mágica”, complementou Eduardo Paes, que tem como objetivo apresentar resultados das intervenções em até um ano.
Nessa primeira etapa, a equipe da Prefeitura está concentrada em conhecer o corpo clínico das unidades, os fluxos e os processos atuais para elaborar um cronograma de ações. Entre as primeiras medidas tomadas pelo poder público municipal no HFA estão: limpeza; contratação e remanejamento de profissionais; ampliação de serviços; e execução de obras emergências. A unidade passará por reformas das enfermarias, ampliação do quando funcional, modernização do centro de imagens, do parque tecnológico e dos elevadores, além da construção de uma nova cozinha.
O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, afirmou que, na próxima semana, funcionários e usuários da unidade poderão sentir alguns sinais de mudanças proporcionados pela nova gestão.
“Com a municipalização desses dois grandes hospitais, queremos retomar uma rede que já serviu muito à cidade do Rio de Janeiro, para que possamos garantir o cuidado pleno da população. Esperamos que, a partir da próxima semana, já seja possível perceber imediatamente o apoio da Secretaria Municipal de Saúde nessas duas unidades que são consideradas essenciais para a população carioca. Pela primeira vez, temos um plano estruturado para esses dois hospitais, que não recebem investimentos há muito tempo. São muitas obras paradas e muitos setores destruídos”, pontou o secretário.
Pelo planejamento da Prefeitura, no ano que vem serão reabertos os andares que estão fechados e a Emergência, para fazer uma média de 300 atendimentos diários. Para janeiro de 2026 estão previstos a inauguração da nova emergência, e a duplicação do número de atendimentos, que devem totalizar 167 mil procedimentos anuais. Atualmente, o hospital conta com 2.560 profissionais e passará a ter 3.320.
O Centro de Imagens do Andaraí ganhará um novo tomógrafo, um equipamento de ressonância magnética, além de reforço para o serviço de Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica (CPRE). A unidade também terá o seu setor de procedimentos oncológicos reforçado, para triplicar os exames e procedimentos realizados. O objetivo da Prefeitura é oferecer atendimento de qualidade, reforçando a complexidade assistencial do Hospital do Andaraí.