Na Região Serrana, um adolescente compareceu à delegacia e assumiu a autoria de um das ações, que culminou na devastação de grandes áreas de vegetação nos distritos de Pedro do Rio e Secretário.
O Governo do Estado, através da Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol), já identificou 34 autores de incêndios criminosos contra a flora e a fauna fluminenses. Nove já foram indiciados. As equipes da Operação Curupira aguardam os laudos periciais para a formalização do indiciamento dos demais criminosos identificados. Cinco pessoas foram presas.
A operação, encabeçada pela Polícia Civil, foi uma resposta às ações incendiárias intencionais contra diversos parques do Estado do Rio de Janeiro. Para conter a onda criminosa, o governador Cláudio Castro (PL) criou o Gabinete de Gestão de Crise do Governo do Estado, que conta com as participações da Secretaria Estadual do Ambiente (Seas) e do Instituto Estadual do Ambiente (Inea).
O governador fluminense destacou que o Estado é uma referência por suas ações de preservação ambientais no Brasil. Ele reforçou que as autoridades não permitirão que ações criminosas destruam um importante ativo para a economia fluminense.
“Os resultados do comitê estão sendo muito bons. Causar incêndios destruindo nosso belo e importante meio ambiente é um crime grave. Somos destaque na preservação da natureza em todo o país e não vamos permitir que os incêndios provocados continuem acontecendo,” afirmou o chefe do Executivo.
O secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, destacou que, além dos prejuízos ambientais, as práticas criminosas geram risco à população e ao patrimônio público e privado.
“O custo para recuperar esses ecossistemas é incalculável. Não temos, por exemplo, como colocar preço na vida de um animal silvestre que foi vítima. Isso sem falar no prejuízo com a emissão de créditos de carbono, tão importantes para o nosso estado. Nossas ações estão sendo assertivas no combate a este tipo de crime,” observou o delegado.
A delegacias de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) e as distritais do interior têm trabalhado diuturnamente para apurar quais incêndios são criminosos e quem eram seus autores. Na última segunda-feira (16), a Polícia foi à Petrópolis e Itaipava, na Região Serrana do Rio, para reprimir as ações incendiárias cujos focos foram periciados pela equipe do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), em três pontos de início das chamas.
Na ocasião, um adolescente, identificado pelos policiais, compareceu à delegacia acompanhado do pai, e admitiu ter ocasionado o fogo na mata. O incêndio devastou grandes áreas de vegetação nos distritos de Pedro do Rio e Secretário.
A Vila Inglesa, também em Petrópolis, e o Parque Nacional da Serra da Tiririca, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, também foram alvos de diligências, oitiva de testemunhas e análise de imagens de câmeras de segurança.
Na quarta-feira (18), um homem de 61 anos foi preso ao ser flagrado em vídeo ateando fogo na área de proteção ambiental da Serra da Beleza, à margem da Rodovia RJ-143, altura do Km 52. Com o criminoso, os agentes da DPMA e da 91ª DP (Valença) apreenderam uma motocicleta, roupas e capacete usados no crime.
Patricia Lima