Sondagem aponta que o período de 2025 e 2027 demandará mão de obra mais qualificada, sobretudo nos setores de logística e transporte e construção
O Mapa do Trabalho Industrial, pesquisa elaborada pelo Observatório Nacional da Indústria (ONI), da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada nesta sexta-feira (11), aponta que o setor industrial brasileiro demandará para o período entre 2025 e 2027, a qualificação de 14 milhões de profissionais, entre já ativos ingressantes no mercado de trabalho. Para dar conta do desafio, em apenas dois anos, a CNI elaborou treinamentos nas áreas mais demandadas.
Especialista em mercado de trabalho do ONI e responsável pela sondagem, Anaely Machado, destaca que o cenário econômico do pós-pandemia tem sido marcado por crescimento contínuo, ainda que baixo, com os benefícios das reformas estruturais, como a tributária e a transformação do mercado de trabalho a serem futuramente desfrutados. Para a pesquisadora, o PIB médio do Brasil deve crescer 1,91%, entre 2025 e 2027, com o setor industrial avançando 1,93%.
De acordo com CNI, para ter um desempenho competitivo, a Indústria brasileira deve investir na formação de 2,2 milhões novos trabalhadores e na requalificação de 11,8 milhões já inseridos mercado. Para os próximos dois anos, a entidade projeta a geração de 610 mil vagas na indústria e ocupações correlatas, além da reposição de trabalhadores que deixarão o mercado.
“Todo esse cenário, considerando também os processos de inovação e de transformação do mercado de trabalho e do setor produtivo, cada vez mais vão demandar que o trabalhador se aperfeiçoe, se requalifique constantemente ao longo de sua carreira”, pontua a especialista, segundo o Estadão.
Pelo Mapa do Trabalho Industrial, as áreas com maiores demandas de mão de obra são: logística e transporte, 474,6 mil vagas; construção, 364 mil; e operação industrial, 181 mil postos de trabalho.
“A área de logística e transporte tem uma relevância muito grande. Essa área cresceu bastante após a pandemia, por uma necessidade de encadeamento da cadeia produtiva. A partir do momento em que temos cadeias produtivas muito mais integradas tecnologicamente, muito mais complexas e uma inserção internacional mais relevante, isso faz com que esse profissional seja bastante demandado, tanto dentro da indústria quanto fora”, explica Anaely Machado.
Patricia Lima