Morre Márcio Ehrlich, jornalista e publicitário, que passou pela Tribuna da Imprensa

Na Tribuna, Márcio Ehrlich publicou a sua primeira história em quadrinhos / Janela Publicitária
Márcio tinha 74 anos, era casado e pai dois filhos. Na Tribuna, ele trabalhou nos anos 1960 e 1970
O jornal Tribuna da Imprensa perdeu na manhã desta segunda-feira (24), um dos nomes mais queridos da versão imprensa do veículo: Márcio Ehrlich, jornalista e editor do site Janela Publicitária. Márcio faleceu em decorrência de um choque séptico e falência múltipla dos órgãos. O jornalista era casado com Renata e deixa um casal de filhos, Lena e Leo, além do neto Guto.
A passagem de Ehrlich pela Tribuna se deu entre as décadas de 1960 e 1970, quando publicou a sua primeira história em quadrinhos:
“Para ser preciso com a história, estou na área de comunicação desde 1969, quando publiquei a minha primeira história em quadrinhos, uma tira diária chamada “Sir Lancelot”, na Tribuna da Imprensa. Tempos emocionantes, em que antes de se publicar alguma coisa ela tinha que ser aprovada pelos censores que a ditadura militar mantinha dentro do jornal. Tive várias tiras impedidas de serem publicadas. Apesar de que nunca soube se a pedido dos militares ou dos leitores”, disse Márcio, como repercutiu a jornalista Renata Suter no site o Janela.
Eclético, Márcio teve uma aproximação com a publicidade por meio de uma coluna da Tribuna da Imprensa, que era publicada às sextas-feiras:
“Foi a partir de julho de 1977, através da própria Janela Publicitária, que me meti no colunismo especializado em publicidade. Vivíamos naquela época em outro século, quando mouse era apenas o sobrenome do Mickey. E a Janela era uma coluna publicada somente às sextas-feiras no jornal carioca Tribuna da Imprensa”, relatou Renata.
Ao longo da sua vida, Márcio Ehrlich fez um pouco de tudo. Além de atuar como jornalista, publicitário e desenhista; ele também foi relações públicas, músico e ator. Tudo de carteirinha. Ehrlich também era formado como Médico Psiquiatra pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Como dizia, judeus da sua geração eram médicos ou engenheiros.
Seus cartuns e quadrinhos também foram publicados em outros veículos de grande representatividade na época, como a revista O Cruzeiro, O Pasquim e o Jornal de Ipanema, entre outros. Os desenhos eram veiculados sob os pseudônimos “Cid” e “Marcio Sidnei”.
Dinâmico, Márcio Ehrlich também escreveu sobre histórias em quadrinhos e vídeo games, na coluna Vídeo Guia do jornal O Globo, por exemplo. No Programa Intervalo, da TVE, falou sobre publicidade; assim como nos programa de Domingo (TVS) e Propaganda & Mercado (TV Bandeirante). Erlich também participou de programas da rádio Panorama FM e na Jornal do Brasil AM.
Filho de uma professora de música, o jornalista montou a banda de rock, “Ted, Al & Cid, com dois parceiros argentinos. O grupo chegou a tocar na boate Scandinavia, da Praça Mauá; nos programas Alô Brasil Aquele Abraço, da TV Globo e Onda, da TV Tupi.
Márcio Ehrlich, apesar de nunca ter gravado um disco, teve uma das suas trilhas orquestrada pelo Maestro Paulo Moura. Entre os músicos participantes, estavam Wagner Tiso (teclado) e Robertinho Silva (bateria) – ambos, do Som Imaginário.
Multifacetado, Ehrlich, que foi aluno de Cecil Thiré, Bia Lessa, Sérgio Brito, Domingos Oliveira, Wolf Maia e Marcio Vianna, também trabalhou em teatro e TV. Na Manchete trabalhou em Pantanal. Na Globo, até 1998, fez especiais como Todas as Mulheres do Mundo e Contos de Verão e um caso do Você Decide. Além de participado de novelas, como O Amor está no Ar (Aron Salem), Malhação (Dr.Anselmo), Explode Coração, Quatro por Quatro, Pátria Minha, Olho no Olho (Dr.Germano), Deus nos Acuda, De Corpo e Alma, Pedra sobre Pedra (Van Damme), O Dono do Mundo, Barriga de Aluguel, Araponga, Lua Cheia de Amor, Rainha da Sucata (Vidigal), entre outras produções recentes.
No mercado publicitário, além de ter trabalhado na iniciativa privada, também foi diretor da Associação Brasileira de Propaganda (ABP), Associação Brasileira de Marketing (ABM), entre outras instituições da área
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