Presidente da Caixa diz que o banco vai baixar à metade juros no novo consignado do Crédito do Trabalhador
Carlos Vieira aposta na nova modalidade de crédito e pretende crescer número de clientes em um ano

De olho no crescimento do número de clientes, a Caixa Econômica Federal afirmou que vai aproveitar o novo formato de concessão do crédito consignado voltado para trabalhadores do setor privado para se tornar a protagonista da história. De acordo com o presidente do banco Carlos Vieira, o seu objetivo é aumentar a base de clientes da instituição na modalidade, que hoje não chega a 100 mil, isso em um universo de 3,8 milhões de pessoas com contratos ativos na linha de crédito.
Lançada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) essa semana, a modalidade que estará disponível a partir do dia 21 para todos os trabalhadores formais, um total de 47 milhões de pessoas, por meio da Carteira de Trabalho Digital, é uma oportunidade que o banco terá de aumentar a sua carteira de clientes em até um ano. Para isso, Vieira diz que, com juro menor, a base de clientes deve crescer de quatro a cinco vezes em um ano. A expectativa é que a taxa cobrada pelo banco caia à metade, de um intervalo de 6% a 8% por mês para 2% a 3%.
“Esse projeto é enorme, tem dinâmica muito assertiva. Lula deseja realizá-lo enquanto política pública, e a Caixa porque está alinhada com esse entendimento, além de ser vocação do banco. Existe um alinhamento de percepções nesse sentido. A Caixa tem cerca de R$ 1,3 trilhão em crédito. Temos outras linhas que estão começando a ganhar musculatura”, detalhou ele, em entrevista a jornalistas.
Vale destacar que a Caixa segue líder no mercado imobiliário, ocupando uma fatia de quase 70%. No entanto, o financiamento com recursos da poupança deve somar R$ 64 bilhões, abaixo do patamar de 2024, que bateu R$ 73 bilhões. Ainda assim, Vieira diz que não há escassez de recursos para o crédito e nem motivos para se preocupar. O presidente da Caixa destacou que, em uma semana, o banco liberou R$ 4,5 bilhões para quem tem direito ao resgate do saldo do saque-aniversário do FGTS.
Outro ponto de destaque de Vieira, é que o microcrédito, no qual a Caixa não atuava, agora é um dos focos. "Temos hoje só de fundos públicos, fora o recurso próprio, R$ 2,5 bilhões para fazer microcrédito, podendo chegar a 210 mil brasileiros. Vemos uma grande oportunidade de estimular o setor produtivo e, principalmente, a agricultura familiar. O crédito médio tem sido de R$ 12 mil. Queremos ajudar a estruturar o arranjo do negócio, para que a distribuição da produção seja feita de forma adequada pelo próprio produtor, evitando o papel do atravessador", explica.
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