O aumento de tarifas de Trump sobre importações de alumínio e aço passou a valer nesta quarta-feira, 12, provocando retaliações imediatas do Canadá e da Europa. Vale destacar que a decisão do governo americano restaura tarifas efetivas de 25% sobre todas as importações de metais e de produtos derivados, de porcas e parafusos a lâminas de escavadeira e latas de refrigerante.

O Brasil, segundo maior fornecedor de alumínio para a União Europeia, é um dos mais afetados. Por isso o governo brasileiro está estudando medidas para proteger o setor siderúrgico nacional. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, esse processo está em andamento: "Nós já estamos começando a estudar propostas do setor, que tem toda legitimidade de trazer propostas para nós. Eles estão imaginando formas de negociar com argumentos muito consistentes. Porque os Estados Unidos só têm a perder, nosso comércio é muito equilibrado", afirmou.

Segundo o ministro, o setor do aço nacional pediu "providências" do governo brasileiro tanto em relação às importações – ou seja, por meio de sobretaxa a compras feitas em outros países, como a China – quanto em relação às exportações brasileiras. "No caso das importações, envolve uma defesa mais unilateral. Essa é a proposta que eles [representantes do aço] fizeram. Nós vamos analisar", destacou o ministro.

Já a Comissão Europeia, responsável por coordenar questões comerciais da Europa, anunciou que implementará aproximadamente US$20,6 bilhões em tarifas retaliatórias ao EUA. Seguindo o mesmo caminho, o Canadá, maior fornecedor de aço para os EUA, disse que iria impor uma tarifa do mesmo percentual sobre a eletricidade exportada para os EUA. No entanto, o presidente norte-americano ameaçou o país com a duplicação da taxa para 50% sobre suas exportações de aço e alumínio. O Canadá, então, suspendeu a medida, e Trump recuou da cobrança extra. 

O ministro das Finanças Dominic LeBlanc disse, ainda, que o Canadá vai impor 29,8 bilhões de dólares canadenses (aproximadamente US$20,6 bilhões) em tarifas retaliatórias aos EUA a partir desta quinta-feira, 13 de março. Os produtos afetados pelas contra tarifas do Canadá incluem computadores, equipamentos esportivos e produtos de ferro fundido, disse LeBlanc em uma entrevista coletiva.

No México, o processo de negociação com o governo dos EUA está em aberto, e a presidente do país, Claudia Sheinbaum, aguarda uma possível resolução sobre tarifas. O país é o terceiro maior fornecedor de aço dos EUA. Em entrevista, ela disse: "Vamos esperar até 2 de abril e, a partir daí, veremos se nossa definição de tarifas recíprocas também será aplicada".