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Azzas tem forte expansão da receita, mas EBITDA e lucro pressionados

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Azzas tem forte expansão da receita, mas EBITDA e lucro pressionados

Em seu primeiro trimestre completo depois da fusão que a originou, a Azzas 2154 reportou um forte crescimento da receita – com destaque para a Hering e Farm – mas o EBITDA e o lucro líquido vieram abaixo das expectativas do mercado. 


A dona de marcas como Arezzo, Reserva e Schutz reportou uma receita líquida de R$ 3,4 bilhões no quarto trimestre, uma alta de 13,4%, um EBITDA de R$ 519 milhões e um lucro líquido de R$ 169 milhões, uma queda de 35% em relação ao mesmo tri do ano anterior. 


O top line veio em linha com o consenso, mas o EBITDA ficou 4% abaixo das projeções e o lucro, 26% menor. 


“Dentro da fusão, uma das nossas premissas era manter os altos níveis de crescimento num business com margens brutas altas. Esse tri mostra que estamos com esse dever cumprido, já que tivemos um crescimento muito forte do top line,” o CFO Rafael Sachete disse ao Brazil Journal


Mas a companhia ainda não conseguiu capturar as sinergias de custo prometidas na fusão da Arezzo&Co com o Grupo Soma, cujo closing foi em agosto. “Numa fusão desse tamanho, nos primeiros meses você até tem algumas ‘de-sinergias’ de custos, porque traz consultoria, mais times para apoiar,” disse o CFO. “Mas a partir de janeiro, já não temos mais essas ‘de-sinergias’, dos custos adicionais da transação, e começamos a nos beneficiar das sinergias de despesas, com eliminação de duplicidade de funções, redução de custos de frete, de despesas de marketing e por aí vai.”


Segundo o CFO, o EBITDA do trimestre sofreu pressão em três frentes. 


A primeira foi a limpeza de estoque que a Azzas teve que fazer na AR&Co, a vertical cuja maior marca é a Reserva. 


“Na Reserva e na BAW, o nível de estoque de algumas coleções anteriores estava desalinhado com o que julgamos adequado, e nossa decisão foi de fazer os ajustes e tratar isso como despesa operacional e não como one-offs, porque entendemos que faz parte do resultado do negócio,” disse ele. “Isso pressiona a margem porque tivemos que vender o estoque com descontos e fazer o writeoff de alguns produtos que entendemos que não iam vender.”


Este processo foi o maior responsável pela queda de 60 basis points da margem bruta da companhia — e segundo Sachete já foi 100% concluído. 


Outro fator que pressionou o EBITDA foi a duplicidade no management da AR&Co, o que gerou um aumento temporário nas despesas. Com a saída de Rony Meisler e dos outros três fundadores da Reserva, a Azzas contratou um novo time de gestão para a AR&Co. 


Como Rony e os outros fundadores ficaram quatro meses (de setembro a dezembro) num processo de transição e passagem do bastão, isso gerou uma estrutura duplicada no período. 


Por fim, a companhia teve uma despesa operacional maior no curto prazo para a criação da Hering Shoes e da Farm Shoes, que ainda estão gerando uma receita pequena para a operação. 


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“Terminamos o ano com sucesso nas receitas que projetamos e com níveis de margem abaixo do nosso potencial, mas com uma visibilidade e orçamento aprovado pelo conselho prevendo uma alavancagem operacional muito boa para este ano,” disse Sachete. “E estamos ‘on track’ nesse orçamento.”


O lucro líquido foi impactado ainda pela lei 14.789, de 2023, que estabeleceu a cobrança de IR e contribuição social sobre benefícios fiscais — o que fez a Azzas fazer provisões ao longo de 2024. 


No quarto tri, o CFO disse que isso gerou um impacto de R$ 73 milhões no lucro, que teria sido de R$ 241 milhões excluindo esses efeitos — uma queda de 8% ano contra ano. 


Em termos de crescimento, um dos destaques do trimestre foi a Hering, que viu sua receita crescer 17,6% e viu uma forte retomada de seu negócio B2B (franquias e multimarcas), que vinha oscilando nos últimos anos. 


O B2B cresceu 11,8% no tri, depois de ter retraído no primeiro trimestre do ano passado e crescido pouco no segundo e terceiro. 


“Fizemos a implementação de um novo ‘go to market’ no multimarcas, mexendo na segmentação de clientes, na política comercial e no trade marketing, o que permitiu que a gente crescesse melhor no Norte e Nordeste e aumentasse o share of wallet dos clientes,” disse Thiago Hering, o CEO da vertical de vestuário democrático da Azzas. 


A Azzas tem dito ao mercado que espera capturar R$ 250 milhões de sinergias de receitas no multimarcas da Hering nos próximos três anos. Segundo Thiago, no quarto tri a companhia já conseguiu capturar R$ 20 milhões, um ritmo acima do esperado. 


Thiago disse ainda que o crescimento do top line no trimestre foi obtido com expansão de margem, mesmo com o crescimento forte do online (que tem margem menor e cresceu 55%). “Quando o online cresce muito sempre tem essa preocupação da retração da margem, mas temos crescido no online aumentando share de coleções e com o app representando mais da metade das vendas, o que é bom porque traz um cliente mais jovem e com o perfil que buscamos, e com recorrência.”


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Outro destaque de crescimento foi a Farm, que entregou o melhor trimestre de sua história, com um crescimento de 25% ano contra ano. A Farm Global, que tem operações nos Estados Unidos e Europa, cresceu ainda mais, quase 40%, e já tem uma receita equivalente a 60% da receita da Farm Brasil. 


“Nosso mercado endereçável global é quase infinito,” disse Marcello Bastos, o sócio-diretor e fundador da marca. “Temos um grão de areia [de share] nos EUA e na Europa, e nem se falou em Ásia ainda. E estamos crescendo tudo com capital próprio.”


O executivo disse ainda que a Farm Etc, um novo conceito da marca focado em acessórios, tem performado “muito bem” e o plano é expandir a operação. Por enquanto, a Farm Etc não tem nenhuma loja própria, mas o plano é abrir quatro flagships nos próximos meses e outras oito lojas este ano.


A Farm Etc concentra todos os produtos de acessórios e parcerias da Farm, desde canetas e borrachas a pranchas de surf e bicicletas elétricas. “Já temos um volume de vendas absurdo no atacado, e agora vamos expandir com lojas próprias,” disse Bastos.


O destaque negativo foi a unidade de calçados e acessórios da Azzas, que cresceu apenas 4,5% e onde o CFO citou “desafios” na Schutz e na Anacapri.


“Mas o crescimento já foi maior que o do terceiro tri [quando ela cresceu 3,2%], e são marcas consolidadas, que geram muito caixa.”


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