Em último discurso, Nísia Trindade afirma ter sido vítima de misoginia e desqualificação profissional
Ex-ministra também disse que se sente satisfeita por ter trabalhado para a administração Lula e para o Brasil

Durante o seu último discurso à frente do Ministério da Saúde, nesta segunda-feira (10), Nísia Trindade disse que foi vítima de “uma campanha sistemática e misógina de desvalorização” do seu “trabalho, capacidade e idoneidade”. Em seu lugar tomou posse Alexandre Padilha (PT), anteriormente titular da Secretaria de Relações Institucionais na Saúde (SRI), agora, sob o comando de Gleisi Hoffmann (PT), ex-presidente do PT.
Em seu discurso, a ex-ministra pontuou que se sente satisfeita por ter trabalhado para a administração Lula e para o Brasil, apesar de não esquecer o processo de desqualificação do seu trabalho durante os 25 meses como ministra.
“Ainda que o sentimento predominante em mim seja de satisfação por ter feito parte da equipe do presidente Lula, e ter servido ao meu país, não posso esquecer que durante os 25 meses em que fui ministra, uma campanha sistemática e misógina ocorreu de desvalorização do meu trabalho, da minha capacidade e da minha idoneidade”, afirmou Nísia, sendo aplaudida de pé.
Nísia Trindade disse que ainda não achar “possível” e “natural” um “comportamento político dessa natureza”. A ex-ministra acrescentou, que durante os seus últimos dias como titular da Saúde, recebeu uma “fritura” por parte da imprensa, que antecipou a sua substituição por Padilha.
Apesar da mudança, Nísia disse ter compreendido a decisão do presidente da República ao buscar uma “mudança de perfil”. Ainda assim, Nísia classificou como “inconcebível” e “não apurado” o tratamento a ela dispensado pela imprensa.
A posse
Além de Alexandre Padilha, Gleisi Hoffmann, também tomou posse nessa segunda-feira (10). A cerimônia na Palácio do Planalto contou com a presença de 1.300 convidados, segundo a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom).
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