Ministros Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais, e Alexandre Padilha, da Saúde, tomam posse em Brasília
Novos ministros fazem parte de estratégia do governo Lula para eleições de 2026

Nesta segunda-feira, 10 de março, os ministros Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais, e Alexandre Padilha, da Saúde, tomaram posse em cerimônia realizada no Palácio do Planalto. O tom do evento girou em torno de discursos que marcaram a defesa do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além do fortalecimento da democracia e da batalha contra o negacionismo.
Gleisi disse que vai trabalhar pela construção de alianças no Congresso, aproveitando o momento para agradecer ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pelo papel na defesa da democracia. "Quero reconhecer o papel do ministro Alexandre de Moraes na defesa da democracia e, agora, da soberania nacional. Respeitamos e temos relações com todos, mas o Brasil é dos brasileiros e brasileiras", observou.
A ministra ainda reforçou que a cultura é essencial para a reconstrução da memória democrática do país, homenageando nomes como Walter Salles, Fernanda Torres e Selton Mello, além da equipe do filme "Ainda Estou Aqui", primeira produção brasileira a vencer um Oscar. "Esse filme mostrou ao mundo o que significou a ditadura no Brasil", disse.
Já Alexandre Padilha, que ocupa a pasta do Ministério da Saúde, protagonizou um discurso contra o negacionismo e saiu em defesa das vacinas, anunciando que a imunização será uma das principais prioridades da sua gestão. "Na condição de ministro da Saúde, terei um inimigo contra o qual nunca recuarei: o negacionismo e as ideologias que os cercam. Negacionistas, vocês têm nas mãos o sangue dos que morreram na pandemia. Nós vamos impulsionar um amplo movimento nacional pela vacinação e defesa da vida", declarou.
Padilha também rebateu a desinformação sobre vacinas, citando o caso da imunização contra o HPV, que enfrentou bastante resistência no passado: "diziam que a vacina contra HPV causava vários efeitos. Nós teimamos e, hoje, após dez anos, não temos nenhum jovem com esses efeitos."
Ele também disse que é importante ter parcerias com entidades relacionadas à saúde: "Dizer sim à OMS (Organização Mundial de Saúde) é dizer sim à vacinação contra poliomielite e ao programa mundial de enfrentamento às infecções sexualmente transmissíveis", declarou, indo contra o pensamento do governo do presidente norte-americano Donald Trump, que vai contra entidades do tipo.
Alexandre Padilha representa a nova estratégia do governo Lula, que tem como foco fortalecer a articulação política de uma forma mais direcionada na Esplanada. Ele, que antes exercia o cargo de ministro das Relações Institucionais, pretende ampliar o alcance do Sistema Único de Saúde, o SUS, através de investimentos na saúde, mas sem comprometer as políticas sociais: "Fizemos o terceiro maior ajuste fiscal, não com fome, não com sacrifício da população que mais precisa", pontuou.
De olho nas eleições de 2026, a nomeação de Padilha ocorre em um momento de ajuste estratégico no governo Lula, que busca ministros mais ativos na comunicação e na defesa de sua gestão, que recentemente teve uma maior desaprovação nacionalmente. A saída de Nísia Trindade do Ministério da Saúde, inclusive, é parte desse movimento.
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