Fernando Haddad prevê queda da inflação e crescimento menor do Brasil em 2025
Supersafra deve conter alta dos preços dos alimentos, assim como o recuo do dólar

A expectativa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), é de que a inflação dos alimentos sofra uma retração em 2025 motivada, especialmente pela super safra prevista para este ano. A queda do dólar também deverá contribuir na desaceleração inflacionária.
“Eu acredito que uma série de produtos que estão mais caros hoje vão ter os seus preços reduzidos com a entrada da safra, que vai ser muito expressiva esse ano. Vai ser uma super safra, ao contrário do ano passado”, disse Fernando Haddad em entrevista ao Canal Flow Podcast, do YouTube, na capital paulistana.
Segundo Haddad, a elevação dos preços dos alimentos teria como uma das causas a safra não “tão boa” de 2024, consequência das variações climáticas agressivas em vários estados brasileiros.
“A safra do ano passado não foi tão boa. Teve um aumento de preço. Teve seca, teve inundação no Rio Grande do Sul, o que afetou produção de arroz. Teve seca no Centro-Oeste, que afetou outras culturas. Teve problema com o milho, que ficou caro. A galinha come milho, então o frango ficou caro, o ovo ficou caro”, comentou o ministro.
Apesar do avanço inflacionários, Fernando Haddad mencionou o dado positivo do aumento do PIB no ano passado, lembrando que esse ano o crescimento deve ser que um ponto porcentual menor, passando de 3,4% - um dos maiores do mundo – para 2,5% em 2025, segundo projeções do Ministério da Fazenda.
“Previsão é previsão, você pode errar. Mas eu acredito que nós vamos continuar crescendo com um pouquinho mais de moderação por causa da inflação”, afirmou o petista durante a entrevista.
Para Fernando Haddad, o momento atual deve ser de moderação quanto à oferta de produtos para não gerar inflação.
“A renda das famílias cresceu, elas estão comprando mais e se a oferta não acompanha o crescimento da demanda, você tem um ajuste no preço, que é o que está acontecendo em alguns produtos agora”, disse o ministro da Fazenda, acrescentando que a “calibragem é fundamental para você continuar crescendo, mas mantendo a inflação minimamente controlada”.
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