Israel diz que o grupo Hezbollah deve ser combatido e não aceita parar com ataques. Foto: Reprodução
De acordo com agências internacionais, autoridades do governo de Israel anunciaram nesta quinta-feira, 26 de setembro, que rejeitaram a proposta de cessar-fogo com o Hezbollah feita por Estados Unidos e França. A fala do ministro israelense das Relações Exteriores, Israel Katz, foi enfática ao afirmar que não estenderá a bandeira branca em relação ao grupo extremista libanês Hezbollah. “Não haverá cessar-fogo no norte. Nós vamos continuar lutando contra a organização terrorista Hezbollah com toda a nossa força até a vitória e o retorno seguro dos moradores do norte para suas casas”, escreveu Katz na rede social X.
No entanto, mais cedo, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que não havia respondido à proposta das potências ocidentais, que pediam uma trégua de 21 dias para que houvesse tempo de tentar estancar a escalada do conflito por vias diplomáticas.
Enquanto isso, as Forças de Defesa de Israel seguem com força total no combate e, inclusive, informaram que foi realizado um exercício de treinamento de invasão por terra perto da fronteira com o Líbano. Um comunicado dos militares disse que “durante o exercício, as tropas aprimoraram a sua prontidão operacional e logística para vários cenários de combate em território inimigo na frente norte.”
Guerra está instaurada: 23 sírios são mortos em bombardeio na madrugada
Enquanto o cessar-fogo não é acatado, as Forças Armadas de Israel promoveram ataques aéreos na madrugada desta quinta, 26, o que ocasionou na morte de ao menos 23 sírios da cidade libanesa de Younine, informou a agência Reuters. Os bombardeios também atingiram cerca de 75 alvos do Hezbollah no Líbano. O prefeito da cidade, Ali Qusas, afirmou que a maioria das vítimas eram mulheres e crianças, que estavam em um edifício de três andares, e que oito pessoas ficaram feridas.
Mas, de acordo com as Forças Armadas de Israel, instalações de armazenamento de armas e mísseis prontos para uso na região de Bekaa estão entre os locais bombardeados durante os ataques. O Ministério da Saúde do Líbano, no entanto, afirmou na quarta-feira, 25, que os ataques israelenses resultaram em 72 mortos e 392 feridos. Desde o início dos bombardeios aéreos, na segunda-feira, 23, até quarta, 25, as autoridades libanesas afirmam que mais de 620 pessoas morreram.
Diante deste cenário, o primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, afirmou que Israel está matando civis por meio de bombardeios contra o território libanês. Em discurso na quarta durante a reunião do Conselho de Segurança da ONU para discutir a crise no Oriente Médio, Mikati pediu um cessar-fogo imediato. Ele afirmou que, enquanto Israel diz estar atacando apenas estruturas do Hezbollah, os hospitais libaneses estão sobrecarregados com civis feridos, incluindo mulheres.
“Os libaneses rejeitam a guerra e acreditam na estabilidade. Israel nunca parou de violar as resoluções adotadas pela ONU. O Líbano não está pedindo por caridade”, afirmou.
Em seguida, o enviado de Israel nas Nações Unidas, Danny Danon, defendeu o país e disse que ele está apenas exercendo o direito de se defender. Ele afirmou, ainda, que o Hezbollah está disparando mísseis e foguetes contra cidades israelenses. O representante de Israel também garantiu que as Forças de Defesa de Israel estão executando ataques com “precisão” contra alvos do grupo extremista do Líbano. “Israel não quer uma guerra total”, afirmou ele, acrescentando que “o Irã é a aranha no centro da teia de violência” no Oriente Médio. Para o israelense, não haverá paz na região até que “a ameaça seja desfeita”. Vale destacar que o Irã apoia o Hezbollah.
Agora, o mundo aguarda o pronunciamento do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que deve chegar aos Estados Unidos nesta quinta, 26, e amanhã, 27, está previsto que ele discurse na Assembleia Geral da ONU, em Nova York.