Israel bombardeia o Líbano, que reage. Foto: Reprodução
O conflito que envolve Israel e Líbano segue causando estragos em toda a região. Na manhã desta terça-feira, 1 de outubro, agências internacionais noticiaram que Israel deu início a uma operação terrestre contra alvos específicos do Hezbollah, no sul do Líbano. A ação foi além do Exército por terra, com apoio da Força Aérea com aeronaves pelo ar.
De acordo com o porta-voz dos militares, Avichay Adraee, foi enviada uma ordem a moradores de mais de 20 cidades do sul do Líbano para que saiam imediatamente de suas casas “para a sua própria segurança”. O objetivo é que os civis se desloquem em direção à margem norte do rio Awali, cuja saída para o mar fica praticamente no meio do caminho entre a fronteira com Israel e Beirute. Segundo Israel, o Hezbollah tem usado infraestrutura civil e residentes do sul como escudo humano.
No entanto, o grupo extremista libanês reagiu à incursão terrestre israelense e disparou mísseis direcionados atingindo, entre outras localidades, Tel Aviv, de acordo com o Hezbollah, direcionados a instalações do serviço secreto do país, o Mossad. A milícia Houthi, financiada pelo Irã e que atua no Iêmen, também afirmou ter disparado foguetes em direção ao território israelense.
O Hezbollah tem bombardeado o norte de Israel desde outubro de 2023, em solidariedade aos terroristas do Hamas e às vítimas da guerra na Faixa de Gaza. Israel vinha respondendo e repelindo os ataques.
Porém, a tensão na região escalou nos últimos dias, com bombardeios de Israel contra alvos do Hezbollah em vários pontos do Líbano, incluindo a capital Beirute. Um dos ataques provocou a morte do chefe do grupo extremista, Hassan Nasrallah, na sexta-feira, 27 de setembro, o que aumentou ainda mais a tensão na região.
Já esperada, a operação terrestre de Israel no Líbano foi relatada por moradores libaneses na região de fronteira, que falaram ter havido “intenso bombardeio, além da presença de helicópteros e drones na área.” Em resposta, Israel afirmou estar fazendo “ataques precisos” contra alvos do Hezbollah que apresentavam uma ameaça imediata ao território israelense. Toda a operação tem o apoio de artilharia e da Força Aérea.
“Essas operações foram aprovadas e realizadas de acordo com a decisão do escalão político. A Operação ‘Setas do Norte’ continuará de acordo com a avaliação da situação e em paralelo ao combate em Gaza e em outras frentes”, afirmaram os militares israelenses.
Os militares israelenses justificaram a ação para garantir que moradores da região norte do país possam voltar para casa. Essas pessoas deixaram a área por causa de ataques constantes do Hezbollah.
Logo após o início da operação, o Hezbollah lançou pelo menos 10 foguetes contra Israel. Parte dos artefatos foi abatida, enquanto os demais caíram em áreas abertas.
Já no Líbano, a Reuters afirmou que um dos ataques atingiu um edifício usado como acampamento para refugiados palestinos. O alvo do ataque seria Mounir Maqdah, comandante da ala militar da Fatah — grupo político que controla a Cisjordânia e está à frente da Autoridade Palestina. O paradeiro dele é desconhecido.
Até a publicação desta reportagem, o Hezbollah e o governo do Líbano não haviam se pronunciado sobre a operação israelense. Informações sobre mortos e feridos também não foram divulgadas.
Os Estados Unidos disseram que concordaram sobre a necessidade de um ataque contra o Hezbollah ao longo da fronteira entre Israel e Líbano. O secretário de Defesa norte-americano, Lloyd Austin, conversou com o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant. Austin defendeu uma resolução diplomática para garantir o retorno de civis ao norte de Israel com segurança.