Medida deve ser implantada como principal alternativa para reduzir os impactos da seca extrema no sistema de energia
Nesta quarta-feira, 16, o Ministério de Minas e Energia (MME) deve anunciar a decisão final do governo sobre o retorno ou não do horário de verão ainda em 2024. A medida vem sendo analisada como principal alternativa para reduzir os efeitos da seca extrema que tem impactado o sistema de energia. Hoje, às 13h30m, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, vai dar uma entrevista coletiva à imprensa para falar sobre o tema com mais detalhes.
De acordo com informações do Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Brasil enfrenta a pior estiagem dos últimos 75 anos. No entanto, a volta do horário de verão também será embasada pelo relatório do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), ainda sob análise do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, cujo estudo está focado na garantia da segurança energética do país. Ele tem defendido a implementação da medida, mas segue um tom mais cauteloso para evitar polêmicas. Na semana passada, Alexandre comentou que avalia a “imprescindibilidade” do retorno neste ano, mas, caso não seja constatada a necessidade imediata da medida, a mudança pode ficar para 2025, o que é mais provável.
No mês passado, outro relatório do ONS recomendou a retomada, justamente alegando que a adoção do horário de verão pode diminuir a pressão sobre o Sistema Interligado Nacional (SIN) durante o horário de pico, no fim da tarde. O documento afirma que a medida pode resultar em redução de até 2,9% da demanda, além de gerar economia de cerca de R$400 milhões nos custos de operação entre os meses de outubro e fevereiro.
No entanto, alguns setores da economia não querem o retorno do horário de verão. Representantes de companhias aéreas manifestaram apreensão em relação à mudança ainda neste ano. Segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), a implementação provocaria alterações em horários de voos e conexões já comercializados, bem como outros transtornos para passageiros e tripulações.
O ministro revelou, ainda, que caso a volta do horário de verão seja adotada ainda em 2024, sua implementação deveria acontecer até o início de novembro, mês que mais demanda energia. No entanto, se a decisão for tomada nesta semana, então o prazo para entrar em vigor seria de 15 a 20 dias.
O horário de verão tem como objetivo adiantar os ponteiros do relógio em algumas regiões do país. Antes de ser extinto em abril de 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), a medida era adotada entre os meses de outubro e fevereiro nas seguintes unidades federativas: Distrito Federal; Espírito Santo; Goiás; Mato Grosso; Mato Grosso do Sul; Minas Gerais; Paraná; Rio de Janeiro; Rio Grande do Sul;Santa Catarina; e São Paulo.
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