Search

sexta-feira, 6 dez, 2024

RIO

Governador do Rio classifica tiroteio na Avenida Brasil como ‘ato de terrorismo’

Claúdio Castro disse que traficantes atiraram intencionalmente contra inocentes para impedir o trabalho da Polícia. Ele disse ainda que, sem a ajuda do Governo Federal, os resultados pretendidos não serão atingidos

Em entrevista coletiva concedida no Palácio Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, na tarde desta quinta-feira (24), o governador Cláudio Castro (PL) classificou de “ato de terrorismo” o intenso tiroteio que aconteceu durante uma operação da Polícia Militar no Complexo do Israel, na Zona Norte, na parte da manhã. O ataque dos bandidos resultou na paralisação da Avenida Brasil por duas horas, além de três pessoas mortas e mais três feridas, sem gravidade.

Na coletiva, o governador do Rio atribuiu as mortes não à troca de tiros entre bandidos e policiais, mas ao fato de os criminosos terem atacado trabalhadores intencionalmente para impedir a ação da Polícia.

“Foi uma operação de inteligência, uma operação que a Polícia sabia o que estava fazendo. Infelizmente, tivemos uma reação por parte do tráfico muito desproporcional, inclusive a outras ações que já foram feitas na Cidade Alta nos últimos meses. Nunca tivemos nada similar a isso. O que a gente viu foi um ato de terrorismo. Não dá para classificar de outra forma. É só ver como foi a configuração. A Polícia estava de um lado e a ordem foi atirar nas pessoas que estavam do outro lado. Não foi uma troca de tiros que acertou as pessoas. Esses criminosos atiraram a esmo para acertar pessoas de bem, que estavam indo trabalhar. Essa é a verdade. Inclusive, um dos ônibus alvejado era do outro lado da comunidade”, comentou o chefe do Executivo estadual, segundo O DIA.

Claúdio Castro afirmou ainda que, segundo informações do setor de Inteligência da Polícia, as equipes em operação estariam próximas de um grande chefe do Terceiro Comando Puro (TCP), que comando o complexo. À frente da organização criminosa está o traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como ‘Peixão’. O bandido está foragido.

“Situações como essa terão respostas duras das nossas polícias. Não ficará impune terrorista que atira nas pessoas. Não foi confronto que teve hoje, foi terrorismo, assassinato e nós não toleraremos isso. Vamos continuar o nosso trabalho contra essas organizações criminosas. Quero me solidarizar com as famílias e dizer que estamos trabalhando para que situações como essas não aconteçam mais”, disse Cláudio Castro, adiantando que o Complexo de Israel terá o policiamento reforçado por tempo indeterminado, com a Polícia Militar tendo a orientação de usar todos os recursos disponíveis, como: viaturas, helicópteros e motos.

O governador disse ainda que o Estado do Rio precisa da ajuda do Governo Federal para combater a entrada de armas e drogas no território fluminense. De acordo com Cláudio Castro, a sua equipe tem um plano de segurança em andamento, com investimentos nas áreas de ciência, tecnologia e infraestrutura das polícias. Ele ressaltou, no entanto, que não dá para fazer todo o trabalho sozinho.

O governador reforçou que o Rio de Janeiro não produz as drogas e as armas usadas pelo tráfico, já que que elas entram no Estado pelos portos, aeroportos e rodovias federais. Isso faz com que a participação do Governo Federal seja imprescindível para gerar os resultados necessários.

“A situação de hoje foi uma situação de terrorismo. Uma situação que demonstra o poderio bélico. Isso tem feito com que essas instituições criminosas aumentem o tom. As Polícias Civil e a Militar estão sozinhas. A crítica é muito mais ao sistema. Essa guerra se tornará mais difícil a cada dia. Essas armas e drogas não são produzidas no Rio. Precisa ter um controle rígido. Nós precisamos que esse controle de fronteira seja feito. Se nós não tivermos a verdadeira integração, dificilmente o resultado que se espera será atingido. Tem que ter uma ação coordenada para que essas armas parem de entrar aqui. Essa integração é fundamental para que a gente faça o verdadeiro combate na segurança pública, não deixar as armas e drogas entrarem e se livrar dessas facções criminosas”, disse, conforme reproduziu o jornal O DIA.

Rio de Janeiro / Brasil / Política