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domingo, 6 out, 2024

Ucrânia prepara contra-ataque à Rússia

Soldados ucranianos
Radio Free Europe/Radio Liberty/Serhii Nuzhnenko via REUTERS

 

Da Agência Reuters

 

As tropas ucranianas, na defensiva por meses, em breve iniciarão um contra-ataque, uma vez que a ofensiva da Rússia parece estar vacilante, disse um comandante ucraniano, mas o presidente Volodymyr Zelenskiy alertou que, sem um fornecimento mais rápido de armas, a guerra pode durar anos.

Os militares ucranianos disseram nesta sexta-feira que 1.020 soldados russos foram mortos nas últimas 24 horas ao lançarem ataques malsucedidos nas cidades de Lyman, Avdiivka, Mariinka e Shakhtarske. Mas seu foco principal ainda é a cidade de Bakhmut.

“O inimigo não parou seu ataque a Bakhmut”, disse o Estado-Maior da Ucrânia em um relatório.

As forças russas há meses tentam capturar Bakhmut enquanto buscam estender seu controle sobre o leste da Ucrânia, na batalha de infantaria mais mortal da Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

As forças ucranianas os contiveram, como fizeram novamente em Avdiivka, Mariinka e Shakhtarske, entre os 80 ataques russos que os defensores ucranianos repeliram no último dia, disseram os militares.

Não houve notícias imediatas da Rússia sobre os últimos combates e a Reuters não pôde verificar os relatos do campo de batalha.

O principal comandante das forças terrestres da Ucrânia, Oleksandr Syrskyi, disse anteriormente que suas forças logo começarão uma contraofensiva depois de resistir à campanha de inverno da Rússia.

Ele afirmou que os mercenários do grupo russo Wagner, que estiveram à frente do ataque de Moscou ao leste e sul da Ucrânia, “estão perdendo força considerável”.

“Muito em breve, aproveitaremos esta oportunidade, como fizemos no passado perto de Kiev, Kharkiv, Balakliya e Kupiansk”, disse ele, listando as contraofensivas ucranianas no ano passado que recapturaram faixas de terra.

Não houve resposta imediata de Moscou às sugestões de que suas forças em Bakhmut estavam perdendo força, mas o chefe de Wagner, Yevgeny Prigozhin, emitiu declarações nos últimos dias alertando para um contra-ataque ucraniano.

Jornalistas da Reuters perto do front ao norte de Bakhmut viram sinais consistentes com a indicação de que a ofensiva russa na área pode estar diminuindo. Em um vilarejo controlado por ucranianos a oeste de Soledar, na periferia norte de Bakhmut, a intensidade do bombardeio russo diminuiu visivelmente em relação há dois dias.

“Estava muito intenso aqui há uma semana, mas nos últimos três dias tem estado mais calmo”, disse um soldado ucraniano.

“Podemos ver isso nos ataques aéreos do inimigo. Se antes eram cinco a seis ataques aéreos em um dia, hoje tivemos apenas um ataque de helicóptero”, declarou o militar.

Zelenskiy disse que a Europa precisa aumentar e acelerar seu fornecimento de armas, novamente pedindo mísseis de longo alcance, munições e aeronaves modernas, e impor sanções adicionais à Rússia.

“Se a Europa esperar, o mal pode ter tempo para se reagrupar e se preparar para anos de guerra”, afirmou um Zelenskiy claramente frustrado na quinta-feira em um vídeo dirigido aos líderes da União Europeia, transmitido de um trem.

 

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