PIB em alta, dólar em baixa e Putin no Fórum Econômico do Oriente: confira o que foi notícia!
Que tal se manter por dentro da semana que passou em relação aos assuntos que envolvem o tema economia no Brasil e no mundo? Confira os principais destaques que a Tribuna da Imprensa separou para você se manter atualizado!
1- Presidente Lula diz estar otimista com a economia e elogia Haddad
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu em defesa do trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em entrevista à Rádio Vitoriosa, de Uberlândia, o presidente disse que não há mágica em economia e que Haddad não é um “pavão presunçoso”. Lula também afirmou que seu governo vai obter resultados semelhantes aos do seu segundo mandato, quando ele deixou a presidência com um crescimento do PIB a 7,5% ao ano.
A fala de Lula ocorre em um momento importante para a economia. De um lado, o país vem registrando crescimento no emprego e aumento acima do esperado da atividade da economia. Do outro, tem dificuldade para fechar as contas do ano sem rombo, e a inflação começa a ameaçar, o que pode levar ao aumento dos juros.
No entanto, ele se defendeu: “o que está acontecendo agora aconteceu no meu primeiro mandato. O país estava quebrado quando tomei posse. Eu entreguei o mandato com a economia crescendo 7,5%. Agora vai ser a mesma coisa. ‘Ah, o Lula tem sorte’. Eu tenho sorte, não. Eu tenho capacidade e vontade de trabalhar e montei uma equipe extraordinária.”
2 – Contas do governo registram rombo de R$ 9,3 bilhões em julho
As contas do governo registraram déficit de R$9,3 bilhões em julho, segundo dados divulgados pelo Tesouro Nacional nesta quinta-feira. O déficit primário ocorre quando as receitas com tributos e impostos ficam abaixo das despesas do governo. Se as receitas superam as despesas, o resultado é de superávit primário. Segundo os números do Tesouro Nacional, houve melhora frente ao mesmo mês do ano passado, quando foi registrado um déficit de R$35,9 bilhões.
O resultado foi influenciado pelo valor recorde na arrecadação em julho — que somou R$231 bilhões, novo recorde histórico para esse mês. De acordo com o governo, a receita líquida total somou R$183,5 bilhões no mês retrasado, enquanto a despesa alcançou R$192,8 bilhões. No acumulado em 12 meses, o déficit até julho é de R$233,3 bilhões – o equivalente a 2,04% do Produto Interno Bruto (PIB).
3 – Brasil não terá crise energética no ano que vem como a que atravessou em 2021, diz ministro de Minas e Energia
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, descartou a ocorrência de uma crise energética em 2025 da mesma forma quando ocorreu em 2021, na época em que o período seco esvaziou os reservatórios das usinas hidrelétricas. Silveira deu a declaração em meio a uma seca histórica que atinge o país. De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), órgão do governo federal, a estiagem deste ano é a mais extensa e mais severa já vista no Brasil, superando a de 2015.
“As medidas de planejamento são fundamentais. Por isso, temos esse cuidado de nos adiantar aos problemas e, com isso, eu tenho a absoluta convicção de que nós não atravessaremos em 2025 o que aconteceu em 2021, que por falta de planejamento, estivemos à beira de um colapso energético no Brasil”, declarou.
Por causa da falta de chuva, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou na última semana que a bandeira tarifária para o mês de setembro será vermelha patamar 2. Isso significa que, a cada 100 quilowatts (kV) de energia, os consumidores vão pagar uma tarifa adicional de R$7,88. Em nota, a Aneel explicou que a bandeira vermelha patamar 2 foi acionada por causa da previsão de chuvas abaixo da média para setembro. Isso reduziu a expectativa de água nos reservatórios para cerca de 50% abaixo da média.
4 – Investidores estrangeiros retiram R$ 70 milhões em recursos da B3
Os investidores estrangeiros retiraram R$70 milhões em recursos no segmento secundário da B3 (ações já listadas) no mesmo dia em que o Ibovespa caiu 0,81%. Assim, o saldo negativo do ano alcançou R$26,6 bilhões. Já o investidor institucional retirou R$197,6 milhões. Com isso, o déficit anual soma R$21,45. E o investidor individual aportou R$175 milhões no mesmo dia, levando o superávit de 2024 para R$19,69 bilhões. As informações foram divulgadas pela B3.
5 – Economia brasileira cresce 2,5% e fica em 6º lugar no G20
A economia brasileira chegou até a metade de 2024 tendo crescido 2,5% nos 12 meses anteriores — o que coloca o país em 6º lugar entre as economias do G20 que mais cresceram neste ano. O G20 é um grupo que reúne algumas das maiores economias do mundo.
Entre junho de 2023 e junho deste ano, o Brasil só cresceu menos do que Índia, Indonésia, China, Rússia e Estados Unidos — e igualou o índice da Turquia. Registraram crescimento menor do que o Brasil os seguintes países: Coreia do Sul, Canadá, México, França, Itália e Reino Unido — além da zona do euro, como um todo.
6 – PIB do Brasil cresce 1,4% no 2° trimestre de 2024, diz IBGE
A economia brasileira cresceu 1,4% no segundo trimestre de 2024. A alta do Produto Interno Bruto (PIB) do país foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e superou as expectativas para o indicador. Segundo o Ministério do Planejamento, economistas do mercado estimavam um crescimento de 0,9%. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse que o próprio governo estimava um crescimento de 1,35%. O índice alcançou R$2,9 trilhões no segundo trimestre. Comparado ao valor do mesmo trimestre do ano passado, é 3,3% maior.
O PIB é a soma de toda a produção nacional durante o ano e principal indicador da atividade econômica nacional. Durante os últimos doze meses, o índice acumula alta de 2,5% ante o ano imediatamente anterior. O crescimento foi puxado principalmente pela indústria, que cresceu 1,8% no trimestre e 3,9% na comparação com o segundo trimestre deste ano e o mesmo período do ano passado.
O setor de serviços também cresceu, registrando 1% no trimestre. No segundo trimestre de 2023 para 2024, o setor cresceu 3,5%. Já a produção agropecuária, que havia puxado o crescimento do PIB em 2024, encolheu 2,3%. Acumula queda 2,9% na comparação do segundo trimestre de 2023 com o mesmo período deste ano.
7 – Dólar tem queda de 1,1% ao longo da semana e B3 tem alta de 0,29%
Num dia de alívio no mercado financeiro global, o dólar fechou abaixo de R$5,60 após a divulgação de dados que mostram a queda na geração de empregos nos Estados Unidos. A bolsa subiu pelo segundo dia consecutivo, em meio à expectativa em torno da redução dos juros norte-americanos.
O dólar comercial encerrou a quinta-feira (5) vendido a R$5,571, com queda de R$ 0,069 (-1,22%). A cotação caiu ao longo de toda a sessão, até fechar na mínima do dia. A moeda norte-americana acumula queda de 1,1% na semana. Em 2024, a divisa tem alta de 14,79%.
No mercado de ações, o dia também foi marcado pelo alívio. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 136.502 pontos, com alta de 0,29%. Apesar da queda nas ações de mineradoras, provocada pela desaceleração da economia chinesa, a expectativa de que os juros nos Estados Unidos comecem a cair em setembro impediu a queda da bolsa.
8 – Criação de vagas dos setor privado dos EUA desacelera e pode impactar em corte de juros
Em agosto, o setor privado nos Estados Unidos abriu 99 mil postos de trabalho. Esse é o menor nível de criação de vagas desde janeiro de 2021. A desaceleração do mercado de trabalho aumenta as chances de o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) cortar os juros básicos da maior economia do planeta em 0,5 ponto percentual em setembro, em vez de apenas 0,25 ponto. Taxas menores em economias avançadas estimulam a migração de capitais financeiros para países emergentes, como o Brasil.
Além disso, os futuros das ações em Wall Street estão em baixa antes da publicação do importantíssimo relatório do mercado de trabalho que será divulgado em breve. Isso poderá influenciar o tamanho de um possível corte da taxa de juros do Fed (Federal Reserve, Banco Central norte-americano) no final deste mês.
9- Presidente russo Vladimir Putin discursa no Fórum Econômico do Oriente
Nesta semana, Vladimir Putin, presidente da Rússia, discursou no Fórum Econômico do Oriente. Ele afirmou que o evento se tornou “uma plataforma reconhecida para o estabelecimento de contatos comerciais sólidos e discussão de questões estratégicas de desenvolvimento do Extremo Oriente russo e de toda a região da Ásia-Pacífico.”
Putin disse, ainda, que os principais laços comerciais e rotas de comércio estão cada vez mais reorientados para o Leste e o Sul Global e que as “nossas regiões do Extremo Oriente fornecem acesso direto a esses mercados promissores em crescimento e nos permitem superar as barreiras que algumas elites ocidentais estão tentando impor ao mundo”, afirmou o líder russo, que pretende investir numa melhoria do clima de negócios em geral, abrindo o campo especificamente para investidores estrangeiros.
Para isso, Vladimir anunciou a criação de um Território de Desenvolvimento Avançado na região de Primorie, cuja capital é Vladivostok.Esses territórios na Rússia são zonas econômicas com condições fiscais favoráveis, procedimentos administrativos simplificados e outros privilégios criados para atrair investimentos, acelerar o desenvolvimento econômico e melhorar a vida da população. “Foram assinados mais de mil acordos, totalizando mais de 10,5 trilhões de rublos (R$ 663,8 bilhões), somente nos últimos três fóruns”, disse Putin.
Na mesma ocasião, o primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, se encontrou com o presidente da Rússia nos bastidores do evento. Ele elogiou o líder russo e prometeu fortalecer os laços com Moscou. E, após as negociações, Anwar anunciou que aceitou o convite de Putin para a Cúpula do BRICS, que será presidida por Moscou, no próximo mês. O líder malaio disse que isso marca um passo significativo em direção à meta do país de se juntar ao BRICS. A Malásia já havia entrado com pedido para ser membro do grupo. Nas negociações, Anwar disse que a Asean deve aumentar a cooperação com a Rússia. No ano que vem, a Malásia ocupará a presidência rotativa da associação.
Juntando-se ao BRICS, a Malásia pretende expandir suas exportações. Também acreditam que a Rússia pode estar tentando evitar o isolamento internacional, por meio do fortalecimento de laços com países asiáticos. Já Putin afirmou, ainda, que mais de 30 países estão interessados em aderir ao BRICS.