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domingo, 6 out, 2024

ESPORTE

Judô muda a história do menino Ângelo Felizardo

Judô

Apesar da pouca idade, Ângelo Cristiano Ferreira Felizardo, de 9 anos, já coleciona conquistas que vão além do tatame. Morador de Mário Campos, município localizado na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o jovem atleta descobriu ainda na maternidade um problema genético nos rins que o colocaria em inúmeras sessões de hemodiálise e em uma fila de transplante. 

Eram entre três a quatro sessões por semana, sem contar as tentativas de conseguir antecipar o transplante em São Paulo. A partir desse momento e após conhecer o Projeto ONG da De Peito Aberto durante uma apresentação na Escola, Ângelo decidiu seguir os passos da irmã mais velha, que já praticava diferentes esportes, entre eles o Judô.  

“O transplante chegou quando Ângelo tinha três anos e oito meses. Depois do transplante, ele saiu da máquina e conseguiu ter uma vida mais tranquila. Ele ficou internado durante cinco meses, com quatro meses de vida ele já começou a hemodiálise. Com um ano e pouco, ele já estava na fila de transplante”, lembra Regina, mãe de Ângelo. 

Emocionada, Regina lembra quando Ângelo chegou com o papel para se inscrever no Projeto da ONG.

“Sabendo das restrições, ele falou: ‘mamãe vai ter judô na escola, mas não quero não’. Tentei engolir meu choro e falei: filho você vai fazer, a mãe vai deixar você fazer”.   

Regina recorda que não pensou duas vezes:  “Primeiro inscrevi ele no projeto e depois comuniquei o médico”. Depois de conversar com os professores e coordenadores do Projeto, e pedir o aval dos médicos, Regina conseguiu inserir o filho nas aulas de Judô.  

“Hoje, a gente continua com os cuidados, fazer esporte ainda é um risco. A De Peito Aberto tem todo esse carinho especial, o Projeto abraçou ele, verdadeiramente de peito aberto”. Segundo Regina, durante os treinos, tanto as quedas como os golpes são calculados com o objetivo de evitar o contato na região dos rins.

Em Mário Campos, o projeto Esportes Olímpicos para Todos atende mais de 200 crianças e adolescentes com idade entre 6 e 17 anos. A iniciativa,  que conta com o patrocínio da NTS, promove aulas gratuitas de skate e judô na Escola Municipal Antônio Gonçalves Penido.

Para o diretor e co-fundador da ONG De Peito Aberto, Wenceslau Madeira, Ângelo é um exemplo de como as ações sociais podem transformar a vida das pessoas. “Como resultado, temos o desenvolvimento físico, cognitivo e social.  O trabalho de inclusão é fundamental para que a criança permaneça no esporte”, explica.

Os resultados são confirmados pela mãe, que além do jovem atleta, tem mais cinco filhos. “ Ficamos sempre juntos nas idas e vindas do hospital, ele conviveu muito comigo. Hoje, de uma certa forma, ele ganhou liberdade, é uma pessoa independente”.

Regina comenta que Ângelo faz questão de compartilhar as habilidades conquistadas durante as aulas.  “Ele ama, não gosta de faltar. Adaptamos no judô uma forma para que ele pratique esporte e ele está amando”. 

Desenvolvido por meio da Lei Federal de Incentivo ao Esporte com patrocínio de grandes empresas e apoio de prefeituras locais, os projetos da De Peito Aberto realizam atividades em escolas públicas e espaços esportivos para a iniciação de crianças em modalidades como basquete, judô, vôlei, skate e futebol, entre outras.  

Em 2023, a De Peito Aberto completou 17 anos de atuação. A organização social que tem como objetivo contribuir com a educação e incentivo ao esporte, já beneficiou mais de 60 mil crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social e econômica no país.

 

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