Atualização da máquina, que é usada para desenvolvimento de trabalhos acadêmicas, teve investimento de R$ 100 milhões da Petrobras
Referência na pesquisa científica nacional, o supercomputador Santos Dumont recebeu uma atualização significativa nesta terça-feira (12), passando dos atuais 5,1 Petaflop/s para 17 Petaflop/s de capacidade. O upgrade foi possível graças à chegada de 45 volumes de equipamentos de última geração ao Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), em Petrópolis, na região serrana do Rio, para onde foram destinadas 20 toneladas de carga. Os equipamentos foram adquiridos através de um contrato financiado pela Petrobras com a Eviden, empresa do Grupo Atos, que trabalha com computação avançada. O investimento foi de, aproximadamente, R$ 100 milhões (US$ 19,4 milhões).
De acordo pesquisadores, será o supercomputador mais poderoso da América Latina destinado a estudos acadêmicos. Atualizado, o supercomputador passa a contar com capacidade equivalente a milhares de computadores modernos de uso doméstico. A ultra capacidade viabilizará a realização de pesquisas de ponta, simulações ainda mais complexas do que as já realizadas, além de análises de dados em larga escala, segundo o tecnologista e coordenador do Comitê Gestor do Supercomputador Santos Dumont, Antonio Tadeu Gomes.
“Em primeiro lugar, o aumento da capacidade permite atender um número muito maior de projetos sendo executados simultaneamente. Em segundo lugar, [aumenta] a capacidade de executar simulações de sistemas naturais e artificiais ou socioeconômicos de maior complexidade. E, ainda, a análise de dados de maior volume e treinamento de sistemas de inteligência artificial mais sofisticados”, disse Antonio Tadeu Gomes, segundo a CNN.
Segundo o LNCC, qualquer pesquisador que precise usar a máquina pode entrar em contato com o laboratório para a apresentação do seu projeto. O laboratório destaca que o uso do equipamento não está restrito a um pequeno grupo de cientistas.
“O supercomputador Santos Dumont está disponível para toda a comunidade científica nacional, mediante apresentação de projeto. São avaliados o mérito científico e as necessidades de uso de um supercomputador para execução dele. O projeto é avaliado por especialistas na área de computação”, reformou Antonio Tadeu.
Entre os estudos viabilizados pelo supercomputador estão os relacionados ao tratamento da Covid-19. Estão em andamento pesquisas estratégicas para a o uso de medicamento já existentes para o tratamento da doença; de bases moleculares das comorbidades associadas ao desenvolvimento da Covid-19 grave; além de um estudo de análise genômica para identificar mutações somáticas e germinativas associadas ao câncer.
Antonio Tadeu Gomes ressaltou que a apresentação das propostas pode ser feita em qualquer período do ano e nas mais variadas áreas.
“Nós temos pesquisadores também das áreas de química, física, engenharia, ciências da computação, meteorologia, matemática, entre outras, que nos apoiam na avalição e na necessidade de processamento que será oferecido para cada um dos projetos aprovados. A apresentação de propostas pode ser feita em qualquer período do ano, entre fevereiro e novembro. Temos chamadas anuais de projetos”, concluiu Antonio Tadeu.