O empresário seringalista Afonso de Souza Filho disse que dá o seu total apoio ao projeto de implantação de uma usina de Hidrogênio Verde e fábrica de adubo orgânico e biofertilizantes em parte de sua propriedade, localizada numa das margens da Lagoa de Juturnaíba, em Silva Jardim. A possibilidade de tal instalação fora anunciada pelo consórcio de empresas “Videira Invest”, por ocasião da visita técnica do representante Rodrigo Rocha a Silva Jardim, no último dia 21/12/23.
Afonso disse que é amigo pessoal dos sócios do consórcio de empresas, além de um entusiasta pelo crescimento econômico do Município. Ele se reuniu no último dia 17/01 com o assessor da Prefeitura de Silva Jardim Jocenildo de Andrade, responsável pela intermediação das negociações para a implantação dos projetos, a quem reafirmou a disposição de apoiá-los.
A ideia de utilizar o espaço na fazenda de Afonso para construir a usina tem em vista a facilidade no translado da vegetação aquática da lagoa para lá, uma vez que o local dispõe de fácil acesso e está próximo ao Centro da cidade, localizada a 110 quilômetros do Rio de Janeiro. A Fazenda dispõe de cinco quilômetros de orla para isso. O consórcio de empresas “Videira Invest” já está elaborando o Plano de Negócios para o empreendimento, segundo Rodrigo Rocha.

O empresário Afonso Filho admite que os projetos do Hidrogênio Verde e das fábricas trarão benefícios inclusive para as suas fazendas, pois poderão aumentar a produtividade das terras. Disse que não só cede a área como também poderá participar diretamente do empreendimento, se for o caso, conseguindo inclusive investimento financeiro de capital francês, por exemplo.
A unidade poderá ficar pronta em até um ano e meio a partir da aprovação do projeto. Pode ser feita em módulos (etapas), inclusive com financiamento estrangeiro. Todo o empreendimento deverá gerar cerca de 25 empregos diretos e 90 indiretos. O adubo e o biofertilizante vão beneficiar cerca de 350 produtores agrícolas e pecuários, aumentando o desenvolvimento desses setores no Município. E permitindo solos enriquecidos, beneficiando a produção agrícola e a criação pastoril da região, além de promover a integração com Florestas da Mata Atlântica.
O consórcio também poderá implantar uma “Escola Técnica/Laboratório Rural” para atendimento e orientação/treinamento aos produtores rurais e agropecuários do Município. A lagoa e os rios que a abastecem possuem uma média de 600 hectares de vegetação aquática (gigoga, taboas, etc,) que já pode abastecer uma usina de Hidrogênio de pequeno ou médio porte por cerca de cinco anos.
Depois de produzidos, o adubo e o biofertilizante serão comercializados
na sede da escola técnica. Nela também há a previsão de ser instalado um “Call Center” para a comercialização de produtos utilizados na agropecuária. Também poderá abrigar um Centro de Produção e Distribuição de Mudas com um viveiro e um berçário de mudas e sementes de espécies da Região, as quais serão conseguidas através de parcerias com produtores das mesmas. O consórcio de empresas deverá investir cerca de R$ 40 milhões na instalação da usina de Hidrogênio, com capacidade de geração de quatro megawatts, incluindo-se neste orçamento a primeira fase da unidade de transformação em adubos orgânicos.
A partir dos estudos técnicos, o consórcio de empresas elaborará um projeto de implantação do empreendimento que será submetido à aprovação dos órgãos responsáveis pelo licenciamento. Uma usina de Hidrogênio de pequeno porte tem a capacidade de produzir energia elétrica, hidrogênio e amônia verdes com previsão de geração de 6,1 Nm3/h (normal metro cúbico por hora de hidrogênio verde) e produção de cerca de 2 kg/h de amônia.
Tal produção, em linhas gerais estimada em 22,5 quilos (kg) de hidrogênio por hora, será direcionada ao abastecimento de veículos automotores com energia renovável através do desenvolvimento sustentável, inclusive para veículos agrícolas, assim como para as câmaras frias do Centro de Beneficiamento Colaborativo abrigado na Escola Técnica e para os produtores vinculados ao projeto, permitindo um ecossistema de produção dentro dos padrões internacionais “ESG”.
‘CAPITAL DAS SERINGUEIRAS’ NO ESTADO
Com 60 mil pés de seringueiras, Afonso Filho e o Município de Silva Jardim já são os maiores produtores da espécie no Estado do Rio. Ele diz que pretende chegar aos 100 mil pés. E com isso transformar o Município na “Capital das Seringueiras no Estado”. Já tem inclusive uma solicitação legislativa ao deputado estadual André Ceciliano Filho (PT) no sentido de apresentar projeto de lei criando esse título para Silva Jardim. Sua fazenda arregimenta e emprega seringueiros de outros estados como Bahia e Espírito Santo, por exemplo.
OUTROS INVESTIMENTOS
Proprietário das fazendas “Betel” e “Juturnaíba”, Afonso Filho diz que pretende criar, ainda, uma fábrica de chocolate para utilizar e processar o cacau dos seus 1.600 pés plantados. Implantar, também, uma fábrica de processamento e beneficiamento dos coágulos de borracha produzidos por suas seringueiras. Atualmente são extraídas cerca de 25 toneladas por mês, e poderia produzir muito mais se dispusesse de mais mão de obra especializada. Toda a produção é comprada pela multinacional Michelin. O empresário promove inclusive cursos para a formação de trabalhadores nos seus seringais. Além disso, o empresário investe, ainda, na pecuária de corte, tendo cerca de mil cabeças de gado nelore.
PERFIL GEO-SÓCIO-ECONÔMICO-TURÍSTICO-POLÍTICO DE SILVA JARDIM
LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA: Região da Baixada Litorânea
CLIMA: Temperado
ALTITUDE: 35 metros acima do nível do mar
FAZ DIVISA COM: Rio Bonito, Casimiro de Abreu, Araruama, Cachoeiras de
Macacu e Nova Friburgo
PRINCIPAIS ATVIDADES ECONÔMICAS: Agricultura, Pecuária e Ecoturismo
PONTO CULMINANTE: Pedra do Faraó, na Serra da Boa Vista, com 1.719
metros
NÚMERO DE HABITANTES: 21.352 (IBGE)
PIB PER CAPITA: R$ 27.700,00
EXTENSÃO TERRITORIAL: 938.336 Km2 (décimo do Estado)
PRINCIPAIS PONTOS TURÍSTICOS: Aldeia Velha, Bananeiras, Pirineus,
Gaviões, Lagoa de Juturnaíba (rios, cachoeiras, trilhas ecológicas e
observação do mico-leão-dourado)
MÉDIA DE PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA: o mês mais chuvoso é
dezembro com média de 188 milímetros; o menos chuvoso é julho, com 32
milímetros
INSTITUIÇÕES: Sindicato dos Produtores Rurais, Sindicato dos Servidores
Municipais, Associação Musical e Dramática Honório Coelho, Associação dos
Artesãos (Associarte), Associação Mico-Leão-Dourado, Associação do
Pescadores da Lagoa de Juturnaíba, Associação de Caminhantes “Anda Brasil”
CONSELHOS MUNICIPAIS: Cultura, Educação, Saúde, Meio Ambiente,
Agricultura, Turismo, Menor e Adolescente, Assistência Social
AGÊNCIAS BANCÁRIAS: Bancos do Brasil e Itaú.
NUMERO DE VEREADORES: Nove
DATA DE CRIAÇÃO: 08 de maio de 1841
PREFEITA: Maira Branco Monteiro
(Evaldo Peclat Nascimento é Jornalista, Professor, Poeta e Conselheiro do Conselho Municipal de Cultura de Silva Jardim).