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quarta-feira, 18 set, 2024

Saúde

Bruxismo de vigília pode estar associado a doenças como Parkinson

Homem com dor

A versão diurna é mais grave que a noturna e pode resultar em dores crônicas e problemas orais

Conhecido por muitos, o bruxismo – contração dos dentes durante a noite -, também pode acontecer em vigília, sendo o mais perigoso para a saúde, já que ocorre em maior frequência e por um longo período de tempo. Segundo o Consenso Internacional de Bruxismo, de 2018, o bruxismo de vigília pode acontecer mesmo sem a pessoa sentir os contatos dentais.
A presidente da Câmara Técnica de Disfunção Temporomandibular do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), Maria de Lourdes Rodrigues, e Alain Haggiag, também membro da entidade, esclarecem que a disfunção é multifatorial e pode estar relacionada a problemas, como estresse, regulação do sono e do sistema nervoso autônomo. O diagnóstico, segundo os especialistas, é fechado com base nos relatos dos pacientes, e nos resultados de exames, como o eletromiografia, que confirma a atividade repetitiva dos músculos mastigatórios.
De acordo com Dr. Alain Haggiag, entre 20 e 80% dos pacientes dizem tensionar os músculos mastigatórios e apertar os dentes durante o dia. Ainda assim, o cirurgião-dentista alerta sobre a dificuldade de comprovar a disfunção, pois o comportamento é inconsciente.
“Os dados são muito discrepantes, já que o autorrelato é o único meio de saber se o paciente apresenta bruxismo de vigília. Porém, como é um comportamento inconsciente, um hábito, os pacientes, na grande maioria, não sabem se fazem bruxismo de vigília”, pontuou o especialista, acrescentando que até mesmo crianças podem sofrer da disfunção.
As consequências do bruxismo de vigília são variadas e vão desde fratura dental e de restaurações, alteração da mucosa no lábio ou na língua; até hipersensibilidade dos dentes, falhas de próteses e até de implantes. Além disso, as alterações na ATM, que caracterizam a Disfunção Temporomandibular, podem causar dores irradiadas no rosto, cabeça ou cervical, fadiga muscular mastigatória, entre outras dores orofaciais.
Como também conta com uma base emocional, o bruxismo de vigília pode ser ativado por ansiedade, estresse, uso de drogas e medicamentoso, além de consumo excessivo de cafeína ou álcool. Pesquisas recentes verificaram que a disfunção também pode estar associada a um padrão neuromuscular – hábito automático do paciente. Algumas vezes, esse tipo de bruxismo pode indicar outras doenças, entre elas, Huntington, síndrome de Tourette e Parkinson.
Tratamento
O tratamento é não invasivo, através de abordagens, como terapia cognitivo-comportamentais, técnicas de relaxamento por meio de fisioterapia, psicoterapia e fonoaudiologia. Também é recomendado o uso de Dispositivos interoclusais, placas fabricadas por impressoras 3D.
Em casos mais graves, ao paciente pode ter que tomar medicação e aplicar toxina botulínica. O não tratamento da disfunção pode levar a dores crônicas e problemas na cavidade oral.

Editoria: Saúde
Patricia Lima