O deputado Sanderson (PL-RS) enviou um ofício ao Tribunal de Contas da União (TCU) e à Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitando que haja apuração sobre suposto desvio de finalidade das redes sociais administradas pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo federal. Anteontem, o canal oficial do governo fez uma publicação ironizando a operação deflagrada pela Polícia Federal em endereços ligados ao vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Nesta terça, 30, Luiz Inácio Lula da Silva falou sobre as investigações que apuram suspeitas de irregularidades na Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Questionado se tem segurança na Abin de hoje, respondeu: “A gente nunca está seguro”. Lula também comentara sobre a suspeita de conluio entre servidores do órgão e investigados. De acordo com ele, tornaria insustentável a situação do diretor adjunto da Abin, Alessandro Moretti. À noite, o presidente decidiu demitir o número 2 da agência.
O petista também classificou ontem como “uma grande asneira” a declaração de Bolsonaro, para quem a operação da PF foi “perseguição”. O governo, entretanto, ficou na defensiva por causa de suspeitas de uso de conta oficial no X (antigo Twitter) para ironizar ou debochar do fato de Carlos ter sido alvo da ofensiva.
‘Baixaria’
Segundo argumenta Sanderson no ofício ao TCU e à Procuradoria-Geral, os perfis oficiais do governo estariam sendo usados “para atacar adversários políticos, manejando a promoção pessoal do atual presidente da República”. Além disso, estaria “debochando” de adversários políticos. Ao Estadão, ele disse que o episódio é “lamentável”. E completou, por fim: “exato retrato de um governo irresponsável e perdido, que precisa apelar para esse tipo de baixaria para se manter no poder”.
No X, o ministro Paulo Pimenta, chefe da Secom, afirmou que publicações são fruto de “estratégia de marketing da comunicação digital”. “É difícil para quem raciocina em uma linguagem analógica tradicional entender o papel dos algoritmos nas ‘janelas de oportunidades e fluxos’ que a comunicação digital precisar considerar”, escreveu.
Embora trate de um tema completamente diferente – o combate à dengue -, a publicação da Secom faz referência a um discurso da ex-deputada Joice Hasselmann. À época ela usou a tribuna da Câmara, em 2022. Durante o discurso, Joice simulou como seria o dia em que uma operação da PF tivesse Bolsonaro como alvo. Eleita em 2018 na esteira do bolsonarismo, a ex-líder do governo Bolsonaro no Congresso estava rompida com a gestão federal quando fez a “encenação”. Anteontem, a ex-parlamentar reproduziu o Memê.
Fonte: Estadão Conteúdo
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