A ditadura comunista norte-coreana tortura, escraviza, estupra e mata cristãos. Estes, por sua vez, professam sua fé clandestinamente, por medo. Os dados são do Departamento de Estado dos Estados Unidos, que divulgou recentemente o Relatório Internacional de Liberdade Religiosa de 2022. O estudo revelou as graves violações dos direitos humanos e perseguições descritas acima.
Estima-se que a Coreia do Norte possua uma população de cerca de 26 milhões de habitantes, dos quais entre 200 mil e 400 mil são cristãos. Em sua maioria, protestantes, que vivem na clandestinidade. O relatório norte-americano aponta que aproximadamente 70 mil cristãos estão, inegavelmente, presos no país asiático devido às suas crenças religiosas.
Uma das fontes utilizadas no documento é a organização cristã Portas Abertas, que presta ajuda a religiosos perseguidos em todo o mundo. Segundo o relatório, a vida dos cristãos norte-coreanos é um “caldeirão de pressão constante”. Ou seja. ou a captura ou a morte estão sempre à espreita, a apenas um erro de distância.
“Flagrados com uma Bíblia”
O relatório, portanto, destaca casos chocantes. No mais recente, um bebê de dois anos e sua família foram condenados à prisão perpétua apenas porque os pais foram flagrados com uma Bíblia em 2009.
Devido ao regime extremamente fechado da Coreia do Norte, as informações sobre a situação no país são de pessoas que conseguiram fugir e por organizações não governamentais. Estas enviam ajuda para aqueles que ainda vivem sob a ditadura asiática.
Uma das fontes do documento é um relatório de 2021 da organização Korea Future, que entrevistou 237 sobreviventes, testemunhas e violadores de direitos humanos da Coreia do Norte. A maioria dos entrevistados, todavia, são vítimas. No total, 151 mulheres cristãs refugiadas relataram diversos tipos de opressão devido à intolerância religiosa, incluindo prisões arbitrárias, torturas, trabalho forçado e, em alguns casos, estupro.
Os refugiados relatam casos de cristãos sendo brutalmente torturados, mortos e encarcerados em campos de concentração comunistas, conhecidos como gulags. O Portas Abertas, que fornece alimentos para cerca de 80 mil cristãos norte-coreanos, também relata que mulheres cristãs se tornam escravas sexuais. Em alguns casos, sofrem abortos forçados. Já os homens cristãos, quando não são mortos ou escravizados, recebem as posições mais baixas nas universidades e locais de trabalho.
Apesar de existirem igrejas legalizadas na Coreia do Norte, os refugiados do país afirmam que elas são apenas “vitrines” para os estrangeiros. O regime comunista busca parecer democrático.
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