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sexta-feira, 6 dez, 2024

Economia

Confira os destaques do cenário econômico da semana

Representantes dos países do Brics se encontram em evento em Kazan, na Rússia 

Quer saber o que foi destaque essa semana na economia do Brasil e do mundo? Veja abaixo as principais notícias que a Tribuna da Imprensa separou para você: 

O encontro da cúpula do Brics foi, sem dúvidas, o tema mais falado da semana. Realizado em Kazan, na Rússia, o evento reuniu autoridades dos países em desenvolvimento para discutir os temas econômicos pertinentes das nações. Os destaques ficaram por conta das falas do presidente Vladimir Putin sobre as guerras – ele, a favor do fim do conflito no Oriente Médio, mas citando que a guerra entre Rússia e Ucrânia continua -, a Venezuela não aprovada pelo Brasil na entrada do bloco e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atribuindo o problema da questão climática aos países mais ricos. 

Lula não viajou para o evento por conta de um acidente doméstico que sofreu ao cair no banheiro do Palácio do Planalto, em que machucou a nuca, tendo que levar três pontos. O presidente segue fazendo exames de imagem a pedido da equipe médica, por precaução, mas já está cumprindo sua agenda normalmente. 

Um desses compromissos foi a assinatura de um acordo de reparação e compensação no valor de R$170 milhões pela tragédia do rompimento da barragem de Fundão, na cidade mineira de Mariana, ocorrida em 2015. Assinaram o documento as mineradoras Vale, BHP e Samarco, além de autoridades federais e estaduais. A assinatura dos termos ocorreu em uma cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília, e contou com as presenças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – que retornou à sede administrativa do governo federal seis dias após sofrer um acidente doméstico – e dos governadores Romeu Zema (Minas Gerais) e Renato Casagrande (Espírito Santo). Com o rompimento da barragem, cerca de 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração destruíram comunidades, contaminaram o Rio Doce e afluentes e chegaram ao Oceano Atlântico, no Espírito Santo. Ao todo, 49 municípios foram atingidos — direta ou indiretamente — e 19 pessoas morreram.

Por falar em números, pela primeira vez, em quase 20 anos, a dívida pública brasileira indexada à taxa básica de juro, a Selic, se aproxima de 50% do total de títulos emitidos pelo governo. Ou seja, um sinal de que a situação não está das melhores para o governo. Considerados um papel de crise, os títulos públicos pós-fixados, as LFTs, são aqueles aos quais o investidor recorre quando acredita que o cenário vai piorar. No melhor momento da gestão da dívida, em 2014, essa fatia chegou a cair abaixo dos 20%. Mas, desde então, o volume só faz subir. O total da dívida em títulos pós-fixados (estoque) é hoje de R$3,2 trilhões. 

O cenário da política externa também preocupa diante da possível vitória do republicano Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos. O fato tende a elevar ainda mais a pressão de alta para o dólar no Brasil, conforme analistas ouvidos pela agência de notícias Reuters, em um movimento que já começou a ser antecipado nos últimos dias, com a moeda norte-americana superando os R$5,70. Trump ampliou seu favoritismo sobre a democrata Kamala Harris em mercados de apostas e liderando pesquisas em estados-chave da disputa, ainda que por margens estreitas. Neste cenário, desde a semana passada o dólar tem subido em relação a divisas de países emergentes, incluindo o real. Após fechar setembro em R$5,4491, o dólar à vista chegou a ser cotado a R$5,73. Embora esse não seja o único elemento a sustentar o dólar ante o real, analistas afirmam que é de se esperar um aumento da pressão caso a vitória do republicano seja confirmada na eleição de 5 de novembro. A cotação também reflete a cautela dos investidores quanto à política fiscal do governo Lula.

A inflação também não está dando trégua, tanto no Brasil como no México, acelerando acima das expectativas no início de outubro, à medida que um aumento nos preços de itens voláteis, como energia e alimentos, complica a perspectiva para a política monetária nas maiores economias da América Latina. De acordo com dados oficiais, os preços ao consumidor no Brasil subiram 4,47% em relação ao ano anterior, mais do que a estimativa mediana de 4,43% dos economistas pesquisados por agências internacionais. Já a inflação anual do México acelerou para 4,69% no mesmo período. Um aumento de 5,29% nas contas de eletricidade residencial e um aumento de 0,87% em alimentos e bebidas impulsionaram a inflação no Brasil nas primeiras duas semanas de outubro. No México, os custos de energia subiram 2,25% no período, enquanto frutas e vegetais aumentaram 1,94%.

Enquanto isso, a Petrobras informou que seu conselho de administração aprovou a retomada das obras de construção da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN-III), em Três Lagoas (MS), com investimentos previstos de R$3,5 bilhões. Com a decisão, a companhia prevê que a fábrica – cujas obras estavam paralisadas desde 2015 – entre em operação em 2028, segundo comunicado enviado ao mercado pela empresa. A companhia destacou que a decisão foi tomada após “criteriosa reavaliação”, acrescentando que teve sua “atratividade econômica confirmada”.

Outra boa notícia: a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciou que a bandeira tarifária da conta de luz será amarela no mês de novembro. Em outubro, a bandeira foi a vermelha, patamar 2. A troca  foi possível por conta do aumento do volume de chuvas registrado em outubro. Com isso, o valor extra cobrado para cada 100 kWh consumidos passa de R$7.877 para R$1.885.