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quarta-feira, 4 dez, 2024

Politica

Com apoio de Lula e campanha milionária, Boulos tem desempenho semelhante a 2020

Nem o apoio presidencial, aliado a oito siglas, e R$ 81,2 milhões em recursos fizeram a rejeição ao candidato do Psol recuar

Mesmo com o apoio de Lula e uma campanha milionária, o candidato do Psol, Guilherme Boulos repetiu praticamente o mesmo desempenho quando foi candidato pela primeira vez à prefeitura de São Paulo, em 2020. No pleito contra Ricardo Nunes (MDB), agora reeleito, o ex-líder dos sem-teto registrou 40,65% dos votos válidos, contra 59,35% do oponente. Há quatro anos, quando enfrentou Bruno Covas (PSDB), de quem Nunes era vice, Boulos obteve 40,62% dos votos, e o tucano 59,38%.

Em uma análise em termos nominais, Guilherme Boulos conquistou na atual eleição 2.323.901 votos, 155,8 mil a mais do que no pleito de 2020. No que diz respeito ao desempenho nas Zonas eleitorais, no entanto, a campanha do candidato psolista sofreu um recuo em relação à eleição anterior, quando venceu em 8 das 57 zonas eleitorais, em especial na zona sul da capital. No embate contra Nunes, o pupilo de Lula venceu em apenas três zonas: Bela Vista, no Centro, e Valo Velho e Piraporinha, na zona sul. Boulos foi derrotado, inclusive na zona onde mora, no Campo Limpo. Nunes simplesmente levou tudo.

No embate contra Bruno Covas, a campanha de Guilherme Boulos contava com orçamento de minguados R$ 7,6 milhões e poucos poucos apoios políticos significativos. Ainda assim, conquistou uma grande proeza chegando ao segundo daquela eleição, feito que o colocou na posição de azarão e grande líder potencial da esquerda.

Na atual eleição, o cenário mudou e emitiu uma mensagem de poucas esperanças ao candidato de Lula. Com uma campanha milionária, que somou 81,2 milhões em recursos, apoio presidencial e de atores políticos importantes, oito siglas contra duas legendas em 2020, Boulos não avançou significativamente no número de votos. Foi derrubado pelo seu alto índice de rejeição.

Para o PT, a aposta não foi boa, pois desde a redemocratização, o partido sempre lançou candidato próprio na disputa pela capital paulistana. Esse ano contentou-se em indicar a ex-prefeita Marta Suplicy (PT) como vice na chapa psolista. Não deu certo.

Segundo o Poder 360, Guilherme Boulos teria atribuído a sua derrota à “infiltração” do bolsonarismo e do crime organizado na prefeitura paulistana. Ao lado de Marta Suplicy e de Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais do governo Lula, Boulos conclamou militância eleitores a não desanimarem.

“Quero que todos ergam a cabeça. Nossa luta não começou hoje e não termina aqui. Tenho plena confiança de que, apesar do resultado, o futuro será nosso”, disse o candidato derrotado.

 

Foto: Wikimedia Commons