Chamado de Epsilon Indi Ab, o planeta está localizado a 12 anos-luz da Terra e se assemelha ao planeta Júpiter/ Reprodução
Os cientistas que integram uma equipe internacional liderada pelo Instituto Max Planck de Astronomia, na Alemanha, descobriu um novo planeta. As imagens do exoplaneta (um planeta fora do sistema solar) foram coletadas no ano passado e o resultado foi publicado na revista científica “Nature”.
Chamado de Epsilon Indi Ab, o planeta, com uma órbita extremamente longa, está localizado a 12 anos-luz da Terra e tem aproximadamente o mesmo diâmetro de Júpiter, mas com seis vezes a sua massa. Sua atmosfera também é rica em hidrogênio, como a Terra. Porém, existe uma diferença muito grande entre o exoplaneta e o nosso: o Epsilon Indi Ab demora mais de 100 anos, talvez até 250 anos, para dar uma volta completa em torno de sua estrela. Ele também está bem mais longe do seu astro, numa distância cerca de 15 vezes maior do que a Terra está do Sol.
Não é de hoje que os cientistas suspeitavam da existência de um planeta desse porte e que orbitava essa estrela. Mas ele não era tão massivo e nem tão distante quanto se imaginava. Agora, ficou confirmado que o Epsilon Indi Ab orbita a sua estrela Epsilon Indi A, que ainda faz parte de um sistema com três estrelas. Sendo assim, os astrônomos conseguiram ver o planeta somente ao esconder a luz da estrela através de um dispositivo de sombreamento especial do supertelescópio James Webb. O resultado foi que conseguiram ver o planeta como um pequeno ponto de luz infravermelha.
Os números impressionam: tanto o planeta quanto a estrela têm 3,5 bilhões de anos, ou seja, 1 bilhão de anos mais jovens que nosso próprio sistema solar. Já a estrela está tão próxima e brilhante de nosso próprio sistema solar que é possível ser vista a olho nu no Hemisfério Sul.
“Este é um gigante gasoso sem superfície sólida ou oceanos de água líquida”, disse a astrônoma Elisabeth Matthews à agência Associated Press em um e-mail, acrescentando que “é improvável que este sistema solar abrigue mais gigantes gasosos, mas pequenos mundos rochosos podem estar à espreita por lá.”
A astrônoma disse, ainda, que planetas semelhantes a Júpiter podem ajudar os cientistas a entender “como esses planetas evoluem ao longo de escalas de tempo de giga-anos”, comentou.
Vale destacar que no início dos anos 90 foram confirmados os primeiros planetas fora do nosso sistema solar. Segundo a Nasa, agência espacial norte-americana, são 5.690 planetas descobertos até agora. A grande maioria foi detectada via o método de trânsito, em que uma diminuição passageira na luz das estrelas, repetida em intervalos regulares, indica um planeta em órbita.