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sexta-feira, 6 dez, 2024

MUNDO

Catar avisa fim de mediação em Gaza e reforça que líderes do Hamas não são bem-vindos

Com o impasse nas negociações em Gaza por um cessar-fogo imediato, autoridades do Catar teriam dito aos líderes políticos do grupo terrorista Hamas que eles não são mais bem-vindos no país. As informações são do jornal americano New York Times, que revelou ainda que, segundo um dos funcionários do Catar, o governo catari teria decidido fechar o escritório político do grupo na capital, Doha, afirmando que “não serve mais a seu propósito”.

Por outro lado, uma autoridade do Hamas afirmou que o grupo não havia recebido nenhuma notificação para sair de Doha. “Não temos nada a confirmar ou negar com relação ao que foi publicado, e não recebemos nenhum pedido para deixar o Catar”, disse.

Neste cenário, a medida anunciada por Doha mostra ser uma tentativa de aumentar a pressão sobre o grupo palestino e Israel para que cheguem a um acordo que liberte os 101 reféns em Gaza, sendo que muitos deles já são considerados mortos. Mesmo diante disso, não se sabe se o país vai cumprir a expulsão do Hamas imediatamente, ou por quanto tempo ela duraria.

Há, no entanto, outras informações circulando. Uma delas é que no mês de abril Doha transmitiu uma mensagem semelhante para “forçar integrantes do Hamas a se mudarem do Catar para a Turquia”. No entanto, bastaram duas semanas para que os governos americano e israelense pedissem o recuo do país para que as negociações continuassem. Na época, autoridades dos EUA teriam alegado que as negociações não seriam eficazes com a cúpula do Hamas na Turquia.

A informação passou a circular antes mesmo de o Ministério de Relações Exteriores do Catar afirmar que só retomará os esforços de mediação entre Israel e o grupo terrorista Hamas “quando as partes mostrarem vontade e seriedade para pôr fim à brutal guerra” em Gaza. Ao lado do Egito, o país está à frente das negociações desde o início do conflito, que começou há mais de um ano. A decisão foi veiculada através da rede social X, tendo sido anunciada após surgirem informações de que o país havia avisado a Israel e ao Hamas de que cessava a intermediação por causa da falta de esforço de ambos em assumir os compromissos necessários para um acordo de cessar-fogo, que permita, ainda, a libertação dos reféns mantidos pelo movimento islâmico no território palestino.

Já uma fonte diplomática disse que o Catar declarou, em comunicação enviada a Israel, ao Hamas e aos EUA, que abandonou as negociações “depois que ambas as partes se recusaram a se envolver em conversações, exceto com base em suas posições, sem demonstrar vontade de progredir de forma construtiva”. Também acrescentou que, “enquanto houver resistência para negociar de boa-fé, o Catar não está disposto a continuar a mediação”.

E, por fim, um alto funcionário do Egito ouvido pela rede catari al-Jazeera concordou ser provável que o Catar volte para as negociações, mas somente se ambos os lados demonstrarem “séria disposição política” para chegar a um acordo sobre a guerra.

Foto: Reprodução