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quarta-feira, 4 dez, 2024

Política

Candidatos de esquerda amargam rejeição do eleitorado em pesquisa da Quaest

Atual prefeito de Belém Edmilson Rodrigues (PSOL), lidera o ranking da rejeição pela reeleição, com 69% 

 

Faltando apenas pouco mais de um mês para as eleições municipais do país, os números mostram que os partidos representantes da esquerda terão que lidar com a rejeição, isso se quiserem vencer as disputas. De acordo com um levantamento do jornal O Globo a partir de dados da Quaest sobre as corridas em 24 capitais, dos 25 candidatos que possuem mais de 40% de índice reprovação, dez são filiados ao PSOL, PT, PDT, PSTU ou PCO. Ou seja, os que se identificam como de direita são sete, e os demais, oito, estão ao centro do espectro político. Foram considerados os proponentes com mais de 40% de rejeição para o cálculo, pois especialistas avaliam ser uma faixa percentual com maior dificuldade de reversão.

 

No pódio da desaprovação, estão o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (PSOL), que hoje possui 15% das intenções de voto na disputa pela reeleição. Ele foi citado por 69% dos eleitores como uma opção inviável. Isso se dá pelo fato de que sua administração viveu uma “crise do lixo”, quando problemas na prestação do serviço resultaram em pilhas de resíduos espalhados pelas ruas da cidade. O resultado: Edmilson acumulou uma dívida superior a R$15 milhões com as concessionárias responsáveis pela coleta de lixo, gerando uma precariedade no atendimento.

 

Já em Porto Alegre, a deputada federal Maria do Rosário (PT) está empatada tecnicamente com o prefeito em intenções de voto, mas tem 48% de rejeição. Outro caso é do ex-deputado federal Marcelo Ramos (PT), que concorre à prefeitura de Manaus. Na capital amazonense, 48% dos eleitores dizem que não votariam no petista.

 

Quem aparece empatado tecnicamente na liderança da disputa de São Paulo é o deputado Guilherme Boulos (PSOL), com taxa de 45% no indicador. Na capital paulista, o candidato enfrenta dois nomes do campo da direita, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o ex-coach Pablo Marçal (PRTB. Ambos têm rejeição um pouco menor, de 39% e 35%, respectivamente.

 

Já entre políticos de partidos menores, chama a atenção os casos de Cyro Garcia (PSTU), no Rio, rejeitado por 43% dos eleitores, e Lourdes Melo (PCO), com rejeição de 53% dos entrevistados de Teresina. O nome do PSTU já disputou outras nove eleições para diferentes cargos. Já Lourdes Melo viralizou no pleito de 2022, quando concorreu ao governo do Piauí ao participar de um debate. Na ocasião, a candidata se irritou com o mediador do debate, que pedia que ela seguisse as regras. “Você quer me calar?”, ela respondeu ao jornalista

 

Apesar de a esquerda dominar o ranking, o candidato mais rejeitado do país pertence ao campo da direita: o prefeito de Teresina e candidato à reeleição, Doutor Pessoa (PRD). Com 5% do eleitorado ao seu lado para um novo mandato, ele é rejeitado por 79% dos eleitores. Sua gestão na cidade foi marcada por uma forte crise na saúde, coroada pela falta de médicos e a ausência de repasses a funcionários terceirizados. E mais: no primeiro debate das eleições de 2024, feito pela Band no mês passado, Pessoa virou alvo de denúncia formal após dar uma cabeçada em Francinaldo Leão (PSOL), seu adversário na disputa. Quem lidera a corrida pela prefeitura é um médico, o ex-secretário municipal Silvio Mendes (União Brasil), que atinge 46% das intenções de voto, e conta com o apoio do ex-prefeito Firmino Filho (PSDB).

 

Com uma rejeição menos acentuada, de 41%, o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Avante) também vive um cenário de dificuldade para a reeleição, com 4% das intenções de voto. Pastor licenciado da Assembleia de Deus, Cruz foi convidado a se retirar do Republicanos ainda no início deste ano, por crises em seu mandato, a exemplo da paralisação das maternidades. 

 

Além dos prefeitos, outros candidatos sem mandato no Executivo apresentam índices de rejeição superiores ao patamar de 50%. Em São Paulo, o apresentador de TV licenciado José Luiz Datena (PSDB) não é opção de voto para 56% dos eleitores. Em Belém, o deputado bolsonarista Delegado Éder Mauro (PL), rival de Edmilson Rodrigues na disputa pela prefeitura, alcança o índice de 51%, assim como o ex-senador e ex-petista Roberto Requião (Mobiliza), que concorre em Curitiba.