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domingo, 26 jan, 2025

Mundo

Bashar al-Assad, ditador sírio deposto no final de semana, está na Rússia em asilo político

LEGENDA: Regime de Assad caiu por conta de ofensiva de rebeldes, na Síria. Foto: Reprodução

Nesta segunda, 9 de dezembro, a sede do governo russo, o Kremlin, afirmou que a Rússia concedeu asilo político a Bashar al-Assad, ditador sírio deposto no final de semana. As informações são da agência de notícias russa Tass, que noticiou que Assad está na capital do país, Moscou.

No entanto, apesar de a Rússia confirmar que o ditador sírio deixou seu país e ordenou uma “transição pacífica de poder”, o Kremlin se recusa a confirmar a presença de Assad no país. “Quanto ao paradeiro do presidente Assad, não tenho nada para falar a vocês. O que aconteceu surpreendeu o mundo inteiro. Nós não somos exceção”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, à imprensa.

Há 24 anos no poder na Síria, Assad deixou a capital Damasco após rebeldes entrarem no território sem encontrar resistência militar. A pedido da Rússia, o Conselho de Segurança da ONU se reunirá ainda hoje para discutir a questão na Síria a partir das 17h, no horário de Brasília.

Com isso, a guerra da Síria é retomada. O grupo rebelde jihadista HTS tomou a capital síria Damasco neste final de semana e derrubou o governo de Bashar al-Assad. O ditador se mantinha no poder com apoio militar de aliados como a Rússia e o Irã. Vale destacar que a guerra civil na Síria começou em 2011 e, nos últimos quatro anos, parecia ter dado uma trégua. Após um período sangrento de confrontos, que deixaram cerca de 500 mil mortos e causaram um enorme êxodo de sírios, o ditador conseguiu manter o controle sobre a maior parte do território graças ao suporte da Rússia, do Irã e da milícia libanesa Hezbollah.

No entanto, agora a Rússia está em guerra com a Ucrânia, e o Irã vive um conflito com Israel. O Hezbollah, por sua vez, perdeu seus principais comandantes neste ano, mortos em ataques israelenses. Para os analistas, essa situação colabora com o fato de que nem Putin nem o regime iraniano estejam dispostos a entrar de cabeça em mais uma guerra. Já um porta-voz do governo da Ucrânia disse que a escalada do conflito na Síria mostra que a Rússia não consegue lutar em duas guerras ao mesmo tempo.

Portanto, informações publicadas no sábado indicam que o Hezbollah e o regime iraniano estão retirando tropas que mantêm na Síria. Tudo isso comprova que a guerra na Síria continua a ser uma situação complexa e devastadora. Atualmente, o conflito envolve múltiplas facções, incluindo o governo sírio, grupos rebeldes, forças estrangeiras e organizações terroristas como o ISIS. A violência e a instabilidade persistem, especialmente em regiões como Idlib e a zona oriental do país.