Os apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dominaram os comentários na estreia do programa “Conversa com o Presidente”. Trata-se de uma live em que o chefe do Executivo é entrevistado pelo jornalista Marcos Uchôa, ex-Globo. A conversa aconteceu nesta terça-feira, na TV Brasil. Mensagens de apoio ao petista dividiram espaço com cobranças para melhorar a divulgação dos feitos do governo. A iniciativa reproduz uma prática adotada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas “lives de quinta-feira”, transmissões ao vivo realizadas pelo então chefe do Executivo.
Nos comentários, entretanto, os internautas cobraram uma melhoria da comunicação do governo. “Vamos melhorar urgente essas informações. Não está chegando no povão, Lula! Faça podcast, entrevistas semanais”, disse um espectadora. Outros afirmaram que “comunicar com o Brasil é fundamental”. Além disso, sugeriu que “um ponto a ser observado é talvez abrir pergunta para o público”.
Visualizações
O “Conversa com o Presidente” foi veiculado no canal oficial do presidente no YouTube, com cerca de 1,3 milhão de seguidores ativos. A transmissão, marcada para 8h30, começou com atraso de sete minutos. O pico de espectadores simultâneos foi de cerca de 5,8 mil. Seis horas após a exibição, os números do canal mostram que o vídeo tem 60 mil visualizações.
Mensagens favoráveis a Lula subiam no chat enquanto o presidente compartilhava suas respostas com Uchôa. “Isso mesmo presidente”, “Lula até 2030”, “Lula, o melhor presidente de todos os tempos”, mandaram os apoiadores. Comentários contra o governo também apareceram no decorrer da entrevista. Estes, entretanto, reprimidas pelos apoiadores do petista: “pior governo da história”, “Lula de volta a prisão” e “perguntas combinadas! nunca vai ser igual ao Bolsonaro”.
No primeiro episódio da Conversa, Lula deu recados para o agronegócio, defendeu uma reforma agrária “pacífica” e fez cobranças para entregas dos ministros. Em um aceno à classe média, o presidente prometeu ampliar o Programa Minha Casa, Minha Vida para famílias dessa faixa de renda. Os recentes atritos com o Centrão e as pressões para mudanças na Esplanada ficaram de fora.
Estratégia
Desde o início de terceiro mandato de Lula, havia a hipótese de o chefe do Executivo começar a realizar lives para divulgar ações do governo e transmitir mensagens para a população, assim como fazia seu antecessor. O plano, contudo, não havia se concretizado até o momento.
A disseminação de dados oficiais por meio de grupos de WhatsApp deu início a essa estratégia do governo petista, aproveitando estrutura montada ao longo da campanha eleitoral. Nessa mesma linha, o PT reivindicou junto ao Ministério das Comunicações a criação de um canal de TV próprio com o objetivo de “difundir as ideias e propostas” da militância do partido.
Fonte: Estadão Conteúdo
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