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domingo, 8 dez, 2024

Bolsonaro ataca institutos de pesquisa

Andre Coelho/Pool via REUTERS

Da Agência Reuters

Aliados do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) decidiram fazer uma ofensiva contra os institutos de pesquisa no Congresso Nacional e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) após grandes divergências entre o resultado do primeiro turno e as sondagens eleitorais.

Em sua primeira fala após o resultado, Bolsonaro chamou os institutos de “grandes derrotados das eleições” diante da diferença entre as pesquisas e o resultado final. Com 99,99% dos votos apurados, a diferença entre Bolsonaro e Lula ficou em 5,23 pontos percentuais (48,43% a 43,20% dos votos válidos), bem diferente de pesquisas que apontaram até 16 pontos de distância entre ambos.

Duas frentes estão em discussão entre os bolsonaristas contra os institutos de pesquisa, podendo ser adotadas ao mesmo tempo: um pedido de abertura de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigá-los e uma investigação sobre o assunto perante o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O deputado federal reeleito Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do presidente, disse no Twitter que já conversou com aliados na Câmara para ainda esta semana começar a coletar assinaturas para a “CPI dos Institutos de Pesquisa, tendo como fato determinado a discrepância não só nas intenções de votos para presidente, mas também para outros cargos”.

O também deputado federal reeleito Carlos Jordy (PL-RJ) confirmou que vai coletar as assinaturas. “Não é mais aceitável resultados tão bizarros e discrepantes da realidade quanto os do Datafolha e Ipec. Chega de fraude para induzir o eleitorado!”, afirmou, também na rede social.

Outro caminho em discussão é mover uma ação perante o TSE para pedir a apuração dos institutos de pesquisa sob a alegação de interferência nas eleições, segundo uma fonte a par das tratativas. A equipe da campanha de Bolsonaro já começou conversas preliminares sobre essa frente e deverá decidir nos próximos dias se levará adiante.

Especialistas ouvidos pela Reuters disseram que a diferença entre o cenário projetado pelas pesquisas eleitorais e o resultado oficial da disputa presidencial coloca em evidência, de um lado, o desafio enfrentado pelos institutos para definir as amostragens do eleitorado, e, de outro, votos não declarados aos pesquisadores, em um possível movimento de boicote.