Ministério da Agricultura e Pecuária lançou estudo que mostra como a tecnologia pode ajudar na redução da dependência de fertilizantes importados
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) lançaram, na última semana, o estudo “Bioinsumos como alternativa a fertilizantes químicos em gramíneas: uma análise sobre os aspectos de inovação do setor”. Considerados estratégicos, os bioinsumos podem gerar uma economia de até 5,1 bilhões de dólares nas principais culturas de gramíneas, como arroz, milho, trigo, cana-de-açúcar e pastagens. Além disso, a aplicação da tecnologia também pode reduzir em até 18,5 milhões de toneladas de emissões de CO₂ equivalente.
A pesquisa, que teve como parceiros a Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI) e o Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos e Fibras, é o primeiro passo do Projeto Nitro+, cujo objetivo é a ampliação do uso de tecnologias de inoculantes em gramíneas, como aconteceu em outras leguminosas, como a soja.
O secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo do Mapa, Pedro Neto, destacou a importância da aplicação de soluções do gênero nos processos de inovação na agropecuária. Neto destacou ainda que a tarefa é um desafio para o Mapa, que tem como meta agregar valor à produção de todos os agricultores nacionais, independentemente do seu porte.
O ministrou celebrou a excelência da parceria com a ABBI, o Instituto Senai e o IICA na formulação e entrega do estudo estratégico, que visa alavancar a produção e tornar o setor agropecuário mais resiliente, sustentável e competitivo no cenário internacional.
O representante do IICA no Brasil, Gabriel Delgado, ressaltou a importância e os bons resultados gerados pela sinergia entre o governo, o setor privado, as instituições de pesquisa, a sociedade e as organizações internacionais.
“A colaboração de entidades públicas e privadas tem sido fundamental para o fortalecimento da agricultura brasileira, nacional e internacionalmente, e nesse contexto o tema de bioinsumos tornou-se prioritário, tanto para o governo brasileiro, quanto para o IICA”, disse Gabriel.
O fortalecimento do ecossistema de inovação e das articulações e a rede de inovação em bioinsumos, deve reduzir a dependência brasileira de fertilizantes importados, além de promover uma agricultura cada vez mais resiliente.
O ecossistema de bioinsumos é complexo e conta com a participação de institutos de pesquisa, startups, universidades, investidores, governos estaduais e stakeholders. O trabalho integrado dessas instituições potencializa as políticas públicas do setor e direciona a ampliação do uso de inoculantes em gramíneas.
Após a cerimônia de lançamento do estudo, os convidados participaram de painéis sobre otimização do emprego da tecnologia. O primeiro deles contou com a participação do diretor de Apoio à Inovação para a Agropecuária do Mapa, Alessandro Cruvinel, e do diretor de Assuntos Regulatórios da ABBI, Marcos Pupin, que trataram do panorama dos bioinsumos no Brasil.
No segundo, a pesquisadora do Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos e Fibras, Luana Nascimento, apresentou o estudo. O terceiro e último painel contou com a atuação do gerente do Departamento de Agronegócios e Alimentos da Finep, Jorge Luiz Jardim Teixeira, que discorreu sobre a importância do apoio institucional a projetos de inovação em bioinsumos e bioeconomia.
Patricia Lima